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O Brasil experimenta um rápido envelhecimento de sua população com o crescimento de 16% da contagem de idosos e a queda (6,7%) do número de crianças na faixa de zero a 13 anos. O total de pessoas que completam 60 anos em um único dia já é maior que a soma do número de nascimentos, segundo o IBGE. Em meio às discussões sobre a reforma da Previdência no Congresso, o Governo busca aumentar a idade para aposentar homens e mulheres, sem considerar que a taxa de desemprego de 12,3% – com treze milhões de trabalhadores sem ocupação – atinge de forma mais frequente justamente as faixas etárias mais altas – alijadas que estão do mercado de trabalho.
Esta cruel aritmética transforma em incógnita o futuro do trabalhador diante da proposta apresentada pelo Governo, de 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens, para que trabalhadores façam jus à aposentadoria. A pergunta que se faz é: “como esperar mais tempo pela aposentadoria sem ter trabalho para o próprio sustento?”.
O preconceito contra profissionais com mais de 50 anos
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2017, o Brasil tem 30,2 milhões de idosos e a tendência é que esse número aumente em mais um milhão de pessoas a cada ano. Ocorre que as empresas parecem desconhecer os números do IBGE e continuam fechando as portas para esse contingente cada vez maior de profissionais – ávidos em mostrar competência aliada à experiência, mas que perdem uma batalha diária contra a “juniorização” corporativa.
O preconceito é cultural, como apontou pesquisa conjunta da FGV com a PricewaterhouseCoopers: as empresas simplesmente não contratam os profissionais 50+, que representam menos de 3% da média de funcionários das 150 melhores empresas para trabalhar no país.
Já o Japão – onde a sociedade abriga um contingente de centenários -valoriza em sua cultura a experiência dos mais velhos e é comum ver altos executivos na casa dos 70 anos. Além disso, o país conta com dez empresas com mais de mil anos de atividade – entre elas a Construtora Kongo Gumi, fundada em 578, e o Hotel Nishiyama Onsen Keiunkan, que abriu as portas em 705.
Um Linkedin específico para os trabalhadores 50+
Plataforma pioneira no Brasil que oferece oportunidades de trabalho, capacitação profissional e desenvolvimento pessoal para profissionais com mais de 50 anos, a MaturiJobs visa ao engajamento de empresas com o objetivo de aumentar o número de oportunidades para trabalhadores mais maduros.
A rede social foi reconhecida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) Brasil e pelo Sebrae como um negócio de impacto, alinhado aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Ao gerar oportunidades para os mais idosos, a MaturiJobs entende estar promovendo a saúde, o bem-estar social e intergeracional que favorece a valorização daqueles que têm mais experiência.
A plataforma tem 90 mil cadastrados no Brasil, mas, segundo o fundador Mórris Litvak, somente um por cento deles conseguiu emprego. No Brasil, ainda há um longo caminho a percorrer.
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Operário acima de 50 anos faltando menos de três anos para se aposentar não poderiam ser demitidos ou, pelo menos, que o Estado desse um subsídio até completar o tempo de aposentadoria.
Essa idade mínima só devia se aplicar a funcionários públicos, que tem garantia de emprego…
O Brasil envelheceu sem ter feito a lição de casa em vários aspectos. Agora pagamos a conta.
Acho que a aposentadoria deveria ser por tempo de contribuição.
O governo deveria criar uma Lei de incentivo e percentual minimo de funcionários com mais de 50 anos em seu quadro.
A lei da oferta e procura, no futuro próximo, irá impor ao mercado de trabalho no Brasil a necessidade de contratação dos trabalhadores 50+, pois segundo o próprio artigo, “o Brasil tem 30,2 milhões de idosos e a tendência é que esse número aumente em mais um milhão de pessoas a cada ano.”. Além disso, “O Brasil experimenta um rápido envelhecimento de sua população com o crescimento de 16% da contagem de idosos e a queda (6,7%) do número de crianças na faixa de zero a 13 anos.”