Na última quarta-feira, 25, a Kraft Foods foi comprada por US$ 50 bilhões pela H. J. Heinz, empresa controlada pela privety equity 3G Capital, de Jorge Paul Lemann, e pela Berkshire Hathaway, do investidor americano Warren Buffett.
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A compra da Kraft, que tem um histórico turbulento de gestão, não reflete o estilo de Buffett, conhecido por escolher com cautela suas aquisições. No entanto, a parceria com 3G Capital tornou essa aposta possível.
A empresa de Lemann é tida é considerada uma espécie de “milagreira” do setor de negócios. Em 2013, ela se juntou a Berkshire para comprar a Heinz. Cada empresa ficou com 50% da nova aquisição.
A nova parceria também terá uma estrutura bem definida. Com o dinheiro de seus donos, a Heinz comprou a Kraft. Com o acordo, tanto a Heinz quanto a Berkshire ficaram com 25% da nova fusão. Os 50% restantes foram divididos entre os demais acionistas. A cúpula da Heinz comandará a empresa, que terá como presidente Alex Behring, um dos fundadores da 3G.
A seu favor, a Berkshire também tem o fato de que a 3G tem experiência em comprar empresas órfãs. Além disso, ela opera com o chamado “orçamento de base zero”, que consiste em estabelecer recursos mínimos para a empresa atingir suas metas, sem gastos desnecessários. Foi dessa forma que a 3G trabalhou para criar a AB Inbev, a maior cervejaria do mundo. Além disso, desde que a 3G assumiu o comando da Heinz o lucro operacional da empresa subiu 8%.
Buffett e Lemman estão apostando alto ao investir na Kraft. No ano passado, a empresa gerou míseros 4% de retorno financeiro. Para fazer a receita da Kraft aumentar, será preciso expandir suas vendas para fora dos Estados Unidos, fazendo dela uma marca global.
No entanto, ainda há outra questão. Buffett tem na Heinz-Kraft seu maior investimento, cerca de US$ 110 bilhões. Mas ele tem 84 anos e não poderá administrá-lo por muito tempo. Ainda não está claro como esse investimento será administrado posteriormente. Talvez essa seja uma questão para o ainda não definido sucessor de Buffett. Claro que também há outra solução. Levando em conta a admiração de Buffet pela 3G e seus donos, ele poderia entregar a eles o controle da Berkshire após sua morte.
Fontes:
The Economist-A big bite
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