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Em reunião marcada para a próxima semana, em Caracas, o Brasil vai apresentar formalmente ao Mercosul a proposta de antecipar para o fim deste ano o cronograma do acordo de livre comércio entre os três países sul-americanos da chamada Aliança do Pacífico: Chile, Peru e Colômbia. O acordo inicial prevê esperar até 2019 para zerar as tarifas entre o Mercosul e os países andinos, mas o Brasil quer fazer isso nos próximos cinco meses.
A ideia já foi discutida no ano passado, mas como não houve reuniões presidenciais nesse período, faltava o aval político para acelerar a proposta. O Brasil pretende conseguir isso agora, na Venezuela.
A antecipação do acordo também prevê que o Mercosul não fica esperando a União Europeia em relação a troca de ofertas e negociação, que está sem data para acontecer. Antecipar a abertura de mercado para a aliança do Pacífico seria uma forma de pressionar os europeus, que dizem não estar prontos para conversas agora.
Uma das facetas do acordo é a crítica à política comercial da presidente Dilma Rousseff, que o Brasil atrelado ao Mercosul, não consegue ir além de alguns raros acordos comerciais firmados com Egito, Israel e Palestina. Mas ainda é preciso saber se o outro lado concordará com essa aceleração.
Chile, Peru e Colômbia têm mercados mais abertos que o Mercosul. Os três países têm acordos com a União Europeia e os EUA, além de ser grandes exportadores de manufaturados. Apesar dos temores iniciais de que a aliança seria uma ameaça, o governo brasileiro avalia que o grupo trará mais oportunidades para o Mercosul.
No Brasil, as mudanças serão mais fáceis, pois as tarifas já estão zeradas ou reduzidas com os três países. Nos outros países a situação difere um pouco, mas Paraguai e Uruguai têm mercados mais abertos. Até a Argentina, com seu mercado mais fechado, não teria apresentado grandes resistências. A exceção seria o México, que a princípio ficaria de fora das negociações.