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Um livro recém-publicado traz novas explicações sobre a tragédia do voo 447 da Air France, que seguia do Rio a Paris quando caiu no Atlântico em junho de 2009, matando todas as 228 pessoas a bordo. O livro, ” Rio-Paris Crash” (A queda Rio-Paris), é o quinto volume de uma série chamada “Erros de Pilotos”, um título que deixa pouco à imaginação sobre o ângulo escolhido pelo autor Jean-Pierre Otelli para narrar sua versão da tragédia.
Investigações sobre o acidente mostraram que o avião perdeu velocidade e caiu no meio de uma tempestade quando os pilotos levantaram a parte dianteira do avião em vez de baixá-la, como dita o procedimento padrão. Otelli diz que os pilotos não conseguiram responder a avisos de que o avião perdia velocidade, e suas conversas mostram que eles não entenderam o que estava acontecendo. O livro é a primeira publicação a incluir a transcrição completa das conversas entre os três pilotos momentos antes do acidente. Os diálogos foram tirados das caixas-pretas do avião, encontradas no fundo do Atlântico no início deste ano.
Mas Patrick Smith, piloto que escreve coisas sensatas em suas colunas para a revista Salon, pediu muita cautela antes de que se comece a criticar os pilotos do voo 447:
“Talvez eles não tivessem reagido exatamente como deveriam ter reagido, mas tenha em mente o contexto maior: eles estavam lidando com sérias falhas de equipamentos — incluindo perda de dados primários de velocidade , controles de voo degradados, um clima terrível, em grandes altitudes e na escuridão. Eu estou surpreso que eles tenham reduzido a velocidade da aeronave, mas não necessariamente chocado.
Outros grupos envolvidos nas investigações não ficaram nem um pouco impressionados com o livro de Otelli. De acordo com o Daily Telegraph, um porta-voz da unidade francesa de investigação de acidentes aéreos, a BEA, criticou o livro por mostrar uma “falta de respeito à memória da tripulação que morreu”. A BEA, que deve publicar seu relatório final em junho próximo, só tinha publicado transcrições parciais das conversas dos pilotos.
Enquanto isso, em nota, a Air France afirmou que o livro não acrescenta nada de novo às investigações.
Fontes:
Economist - A controversial look at the crash of flight 447
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Mas que foi uma grande barbeiragem, ah isso foi.
Não gosto muito dos aviões da Dassault, super computadorizados, e que dão aos pilotos muito pouca autonomia de decisão, em caso de falha de computador–coisa da qual ninguém está livre e que, imagino, possa acontecer especialmente em caso de tempestades. E o que estavam eles fazendo em meio a CBs de uma grande tempestade? Por que não desviaram? Para poupar combustível? Chegar sem atraso a Paris para alguns de seus passageiros não perderem suas conexões? Serão essas as instruções que recebem da Air France? E será que os pilotos dessa empresa recebem treinamento adequado sobre como proceder em caso de falha dos computadores? Muitas perguntas antes de se tentar jogar a culpa nos pilotos…