As montadoras Volkswagen e Mercedes demitiram, juntas, mais de mil funcionários somente na primeira semana de 2015, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista. A Volks foi responsável pela dispensa de 800 trabalhadores, enquanto a Mercedes demitiu outros 244. A preocupação é que mais pessoas sejam demitidas ao fim das férias coletivas .
Na Volks, os trabalhadores decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, alegando que a empresa não está cumprindo com o acordo de estabilidade funcional. Firmado em 2012, o acordo garante a não demissão de funcionários até 2016. Os funcionários exigem a revisão das demissões. A Mercedes não confirmou o número de demissões.
Rafael Marques, presidente do Sindicato do ABC, diz que sua preocupação é que o número de demissões na Volks cheguem a 2 mil, quando todos os funcionários voltarem das férias. Os sindicalistas estão preocupados com o mercado como um todo. Para eles, se uma empresa grande como a Volks chegou ao ponto de demitir um número tão alto de funcionários, é possível que isso desencadeie uma onda de demissões entre os prestadores de serviços e os fabricantes de autopeças.
Os funcionários dispensados pela Mercedes estavam voltando de um lay-off, iniciado em julho, quando mil e duzentos metalúrgicos tiveram seus contratos suspensos. No fim de novembro, alguns deles aderiram um programa de demissão voluntária, enquanto outros estenderam o lay-off. Parte dos trabalhadores ainda entrou no “processo de encerramento de contrato”.
Já Volks solicitou por meio de carta que o grupo de trabalhadores comparecessem ao RH no primeiro dia de trabalho após a volta das férias coletivas. A empresa afirma ainda que no dia 2 de dezembro tentou negociar com os funcionários uma nova proposta e que por isso não está descumprindo o acordo de estabilidade funcional. A Volks já havia alerdado ao sindicato que há um excedente na fábrica de 2,1 mil trabalhadores.
A proposta da Volks era trocar os reajustes de salário por um abono em 2015 e 2016, além de um programa de demissões voluntária. A proposta foi rejeitada e, no final das férias coletivas, a empresa passou a enviar o comunicado a esses trabalhadores.
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Fontes:
O Globo - Segundo Sindicato do ABC, mais de mil metalúrgicos já foram demitidos neste ano
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