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Apenas algumas semanas atrás, as 70 famílias de uma aldeia rural isolada no noroeste da Espanha estavam lutando sob o duplo golpe da crise econômica espanhola e dos estragos causados por uma grave seca.
Alguns estavam até pensando em ignorar a enorme loteria de Natal espanhola, conhecida como “El Gordo”, que é uma espécie de obsessão nacional. Mas eles compraram bilhetes por pura lealdade à associação de moradores da vila, que lucra uma pequena porcentagem na venda de bilhetes.
E então, no dia da escolha do bilhete premiado, seus números começaram a aparecer nas bolinhas brancas.
Todas menos uma família em Sodeto ganharam uma porcentagem do prêmio de US$950 milhões, o maior da história da loteria espanhola. Alguns dos moradores de Sodeto, em sua maioria agricultores e trabalhadores da construção civil desempregados, ganharam milhões. Os menos afortunados saíram com um mínimo de 130 mil dólares – e a sensação vertiginosa de que a vida, em seus caminhos misteriosos, estava dando-lhes uma segunda chance.
Foi uma das raras boas notícias em meio à implacavelmente sombria crise econômica europeia, em que a Espanha tem sido um dos países mais atingidos. Mas não veio sem seu próprio custo: a aldeia — até então apenas um pontinho esquecido no mapa da Espanha, a cerca de três horas de Barcelona, tem sido invadida por vendedores, banqueiros e caçadores de fortunas.
Em uma manhã recente, comerciantes brotavam por toda a parte: banqueiros em ternos ofereciam altas taxas de juros, vendedores de automóveis falavam em BMWs e corretores de imóveis iam de porta em porta.
O dia do anúncio da loteria foi uma loucura coletiva, disseram os moradores, à medida que eles perceberam que seus vizinhos também haviam ganho o prêmio.
Quando a notícia se espalhou, os agricultores se dirigiram às pressas para a cidade em seus tratores. O prefeito, Rosa Pons, usou um megafone para felicitar a população. Anica Bordei, a gerente do café da cidade, correu para a rua de meias com buracos nos dedos dos pés. E no que pareceu menos de 20 minutos, os banqueiros estavam no local para recolher os bilhetes premiados e, em seguida, a imprensa local apareceu.
A loteria, estabelecida pela primeira vez em 1812, é um grande evento na Espanha. Muitas pessoas tiram a manhã de folga para assistir a cobertura televisiva dos números sendo retirados de uma gaiola dourada giratória. A Loteria da Espanha recebeu 1.800 bilhetes premiados com o mesmo número e cada um recebeu US$ 520 mil. Como o ingresso custa 26 dólares cada, eles são muitas vezes divididos em participações de US$6,50.
A associação de moradores de Sodeto vende os bilhetes a cada ano e, normalmente, lucra cerca de US $ 1.300, que usa para pagar pela produção de festivais locais. Este ano os ingressos vendidos pela associação acumularam um total de mais de US $ 150 milhões em prêmios.
Fontes:
The New York Times-In Spanish Village, Everyone’s a Winner, Almost
A gente veio para este mundo, com o nosso destino traçadinho. Com tantas deficuldades, houve um geito de contornar as dificuldades.
Eu ainda estou esperando a minha vez.
O cadinho cultural da ESPANHA possibilita acontecimento como esse: a crença do povo assentada na RELIGIÃO exercita a paciência, daqueles que jogam, no sentido de que DEUS vai resolver a situação das vidas fragilizadas. E assim sendo acaba desembocando no FATOR SORTE,e no entanto é preciso fazer aposta no jogo, que nada mais é senão o Bilhete Premiado da LoTéria, no fim do Dia, no final da Semana e/ou do Mês desse Ano ou de outro Ano qualquer.
Eu fico imaginando a sensação da única família da Aldeia que não ganhou no rateio do prêmio… Também seria interessante ver como ficará a vida de cada habitante premiado daqui a alguns anos. Terão melhorado de vida, ou desperdiçado o montante que lhes coube?
Uma coisa é certa: Dinheiro que vem fácil, vai fácil! E também se diz: “Dinheiro mal ganho é dinheiro mal gasto!” Patrimônio e segurança financeira se constrói é com trabalho e disciplina (poupança e investimentos).
Um pouco de neurolinguística: os americanos não dizem ‘ganhar dinheiro’, e sim ‘fazer dinheiro’ (to make money), e isso faz diferença! Dinheiro — a moeda circulante — é representação da riqueza (bens e serviços) produzida, algo que só se faz com trabalho! Assim, se uma pessoa tem o objetivo de enriquecer, melhor arregaçar as mangas e se dispor a trabalhar (e poupar) ao invés de contar com a sorte de que um dia lhe caia nas mãos um bilhete premiado!