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O presidente da Medical Technology Industry Association de Porto Rico, Carlos Rivera-Vélez, relembra o desastre ambiental e econômico causado pela passagem do furacão Maria pela ilha, em 20 de setembro de 2017.
Dados oficiais registraram a morte de 2.975 pessoas devido à violência do furacão nessa pequena ilha do Caribe com apenas 13.500 km2.
“Não consegui acessar o site da associação durante três dias. As torres de comunicação foram destruídas pela força do vento e os destroços das casas e prédios espalhavam-se pelas ruas”, disse Rivera-Vélez.
Porto Rico, um estado livre associado dos Estados Unidos, declarou falência em maio de 2017, em razão de uma dívida de US$ 120 bilhões e a impossibilidade de pagar US$ 3,5 bilhões por ano aos credores.
Nos dez anos anteriores, Porto Rico registrou apenas um pequeno crescimento econômico de 0,5% em 2012.
O furacão Maria causou danos estimados em US$ 100 bilhões. A reconstrução da infraestrutura do território deu um novo impulso à economia, com um aumento de 4% até julho de 2019.
No entanto, segundo especialistas, como Robert Wood, economista-chefe para a América Latina e Caribe da Economist Intelligence Unit, esse aumento foi um fato pontual em meio a uma profunda crise econômica e uma população em declínio, que migra para os EUA em busca de um futuro melhor.
Desde o fim dos incentivos fiscais em 2006, que ajudaram o setor industrial, sobretudo da indústria farmacêutica, a crescer, a situação econômica tem se agravado.
A partir de 1976, a isenção de impostos federais beneficiou grandes empresas americanas do setor farmacêutico, como Pfizer, Bristol-Myers Squibb, AstraZeneca e Novartis.
“Durante 20 anos, os investimentos dessas empresas em Porto Rico impulsionaram o crescimento econômico e aceleraram a transição de uma economia baseada na agricultura, iniciada na década de 1950”, observou Carlos Del Río, executivo-chefe da empresa porto-riquenha CHDR Pharmaceutical Consulting Services.
O furacão Maria de categoria quatro atingiu a ilha duas semanas depois do furacão Irma. “A devastação causada por ventos fortíssimos e tempestades deixaram a ilha sem eletricidade, água, serviço de telefonia móvel e comunicação”, disse Alejandro Díaz Marrero, diretor do programa de planejamento econômico e social do Conselho de Planejamento de Porto Rico.
Em resposta à grave crise econômica e social de Porto Rico, os membros do órgão de controle fiscal da Lei da Promessa, aprovada pelo Congresso dos EUA em 2016, com o objetivo de supervisionar a economia do território, anunciou no início deste ano planos de reestruturação da dívida e do fim do processo de recuperação judicial em 2020.