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Após dois dias de paralisação, o campo de petróleo de Nasiriya, no sul do Iraque, foi reaberto nesta segunda-feira, 30. O campo, que tem capacidade de produção entre 80 mil e 85 mil barris de petróleo por dia, permaneceu fechado por manifestantes ao longo do último final de semana.
Além de demandas políticas, os manifestantes exigiam mais empregos no Iraque. Esta foi a primeira vez que os ativistas fecharam um campo de petróleo inteiro. Anteriormente, os manifestantes só tinham bloqueado as entradas de campos, portos e refinarias.
O Iraque passa por uma intensa crise política, que motivou manifestações desde o último dia 1º de outubro. Os protestos culminaram na renúncia do então primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi, que deixou o cargo no fim do último mês de novembro.
Agora, os manifestantes querem que seja indicado um primeiro-ministro sem filiação partidária, além de uma grande mudança na elite política do país, que estaria servindo potências estrangeiras – como o Irã. As autoridades são acusadas de corrupção e incompetência.
De acordo com o Ministério do Petróleo, a paralisação dos serviços no último final de semana não chegou a afetar as exportações do Iraque, o segundo produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Caso seja necessário, serão utilizadas produções adicionais de outros campos para compensar as remessas ausentes. Isso porque a produção de Nasiriya só deve normalizar nos próximos dois dias.
As manifestações em diferentes partes do Iraque ocorrem desde o último dia 1º de outubro. Os protestos são contra a corrupção, o desemprego e o mau serviço público oferecido pelo Estado. No fim do último mês de outubro, foi revelado que as forças de segurança iraquianas estavam usando munição real contra os manifestantes.
Estima-se que mais de 450 pessoas foram mortas desde o início dos protestos, enquanto outras 25 mil ficaram feridas, sendo a maioria manifestantes. A violência parece ter diminuído nas últimas semanas, mas entidades de direitos humanos denunciam o desaparecimento de 56 ativistas. Já a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que está havendo uma onda de sequestros e assassinatos contra manifestantes.
Na última quinta-feira, 26, o presidente do Iraque, Barham Salih, ameaçou deixar o cargo. O motivo seria porque Saleh não concorda com a possível indicação de um primeiro-ministro próximo ao Irã, o que é desejado por autoridades iraquianas.
Fontes:
Al Jazeera-Iraq: Operations resume at Nasiriya oilfield closed over protests
RFI-Manifestações no Iraque param campo de petróleo