Dois juízes argentinos se recusaram a assumir as alegações de que a presidente do país, Cristina Kirchner, conspirou para encobrir a participação de iranianos no atentado terrorista contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia). Com isso, aumentam as chances do processo ser arquivado após a morte do promotor Alberto Nisman.
A acusação foi feita pelo promotor em janeiro. Um dia antes de apresentar a denúncia ao Congresso, Nisman foi encontrado morto em seu apartamento. Inicialmente o governo argentino afirmou que teria sido suicídio, mas duas semanas depois a presidente se pronunciou dizendo não acreditar na hipótese.
Em um documento de mais de 300 páginas, o promotor indicou que a presidente, seu ministro de relações exteriores, Hector Timmerman, e outros funcionários teriam ocultado a participação dos iranianos no atentado à bomba de 1994 contra a AMIA para ter acesso ao dinheiro do petróleo iraniano.
Muitos analistas afirmam que a principal falha da acusação de Nisman foi confiar demais nas escutas telefônicas, que teriam sido desmentidas pelos fatos. O comércio de petróleo da Argentina com o Irã não aumentou desde então e o chefe da Interpol negou que o governo argentino tenha solicitado o levantamento de mandados de busca por funcionários iranianos supostamente envolvidos no ataque.
Juízes rejeitam a acusação
Na última segunda-feira, o juiz Ariel Lijo se recusou a dar prosseguimento ao caso por motivos técnicos. Nisman o escolheu por já ter investigado outros casos semelhantes, mas Lijo disse que as novas acusações ultrapassam sua jurisdição.
Um segundo juiz, Daniel Rafecas, também se recusou a assumir o caso, de acordo com a mídia local, o que levou vários comentaristas a declararem que o caso seria um “cálice envenenado” que ninguém quer aceitar.
As alegações agora irão para um tribunal federal, onde um novo juiz será indicado para retomar a investigação.
Fontes:
Guardian-Judge turns away Alberto Nisman's case against president of Argentina
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3 comentários
Eles estão com medo pelas próprias vidas!…