Abalada por sanções internacionais e pela crise com a Ucrânia, a Rússia está desesperada para encontrar aliados políticos. Nesse contexto, a América Latina pode ser a salvação que o governo de Vladimir Putin necessita.
O presidente russo vem estreitando os laços com o continente, em especial com a Argentina. Na semana passada, Putin recebeu a presidente Cristina Kirchner em Moscou para firmar um acordo de cooperação entre a estatal de energia argentina YPF e a russa Gazprom. A visita, no entanto, tem mais importância política que do que econômica.
“A Rússia necessita de amigos, não apenas de comércio. E está buscando aliados onde quer que seja”, disse em entrevista ao Financial Times a especialista em Guerra Fria, Diana Negroponte.
Para a especialista, as agruras da Argentina com os EUA e com o Reino unido, fazem do país um ótimo candidato a aliado estratégico da Rússia. Porém, Diana afirma que moscou também planeja estreitar laços com outros antagonistas de Washington na região, como cuba, Venezuela e Nicarágua.
A Rússia começou a se aproximar da América Latina no início da década passada. O comércio entre o país e o continente subiu de US$ 3 bilhões, em 2000, para US$ 23 bilhões, em 2013. Segundo Vladimir Davidov, analista para a América Latina da Academia de Ciências da Rússia, o objetivo de Moscou é “agir como um contraponto aos EUA na região”.
“A America Latina se considera mais independente dos EUA agora. Ela quer decidir seus próprios negócios, e não apenas em economia, mas em assuntos de defesa e política externa. E Nós aplaudimos isso na Rússia”, diz Davidov.
Fontes:
Financial Times-Russia is looking for allies, not deals, in Latin America
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