A suspeita de vista grossa da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) em casos de doping repercutiu no Comitê Olímpico Internacional (COI). De acordo com as reportagens do jornal britânico Sunday Times e do canal alemão ARD, 33% dos 146 medalhistas em mundiais e olimpíadas entre 2001 e 2012, têm resultados suspeitos em seus exames. A IAAF teria 12 mil amostras que foram retiradas de 5 mil atletas no período, sendo que 800 delas são suspeitas. O presidente do COI, Thomas Bach, falou sobre o assunto nesta segunda-feira, 3.
“Se aconteceram casos que afetaram os resultados dos Jogos Olímpicos, o COI aplicará o princípio da tolerância zero, mas, no momento, existem apenas alegações e temos que respeitar a presunção de inocência dos atletas. Há uma investigação em curso pela Wada (Agência Mundial Antidoping). Temos que esperar o resultado para termos base sólida”, disse o líder da entidade, em Kuala Lumpur.
Bach fez questão de destacar que o assunto é de responsabilidade da IAAF, pois a suspeita atinge somente o atletismo, logo não teria envolvimento com o Comitê Olímpico Internacional. A Wada se mostrou preocupada com as denúncias, faltando três meses para o Mundial de Atletismo de Pequim.
O presidente honorário da IAAF, Lamine Diack, que também é membro do COI, pediu cuidado com as informações divulgadas neste último final de semana. Ele chamou as reportagens de “campanha para redistribuir medalhas”.
“Vimos o relatório e tomamos nota. Nosso escritório está trabalhando e vai responder a todas as questões. Especialistas concluíram que entre 2001 e 2012 centenas de medalhas foram dadas de forma errada. Nós não vamos comentar. Eu acredito que a IAAF sempre mostrou saber que não se pode permitir dúvidas em relação ao desempenho dos atletas. Mas, por trás disso tudo está o desejo de redistribuir as medalhas, de cuidar disso. As acusações de que não fizemos nenhum trabalho de controle e prevenção nesses anos são risíveis”, disse Diack.
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