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O governo de Nicolás Maduro continua a sua escalada em prol da censura na Venezuela. A mais recente vítima foi a emissora alemã Deutsche Welle (DW), que foi retirada do ar no último sábado, 13. O sinal da emissora só voltou na manhã desta segunda-feira, 15. O motivo do bloqueio não foi revelado.
Pelas redes sociais, o canal em espanhol da emissora agradeceu o apoio que tem recebido e compartilhou o link do seu perfil no YouTube, no qual também transmite a programação ao vivo. Pelo Twitter, o jornalista Óscar Schlenker, da DW, informou a retomada do sinal nesta segunda-feira. Em uma postagem que foi compartilhada pela emissora alemã, Schlenker disse que não acredita que o motivo do bloqueio será revelado.
O bloqueio ao canal televisivo da DW ocorreu em um momento em que a emissora ampliou a cobertura sobre a crise política, econômica e humanitária na Venezuela. De acordo com a emissora, diariamente, ao longo de 15 minutos, ao vivo, o canal fala exclusivamente sobre os acontecimentos no país.
A ampliação de cobertura foi iniciada com uma entrevista exclusiva com o autoproclamado presidente da Venezuela e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó. Desde então, a DW deu andamento à cobertura, que alcança 17 milhões de pessoas semanalmente, e acontece às 10h (horário de Caracas).
Através do Twitter, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Imprensa da Venezuela (SNTP) repudiou, na madrugada do último domingo, 14, a retirada do sinal da DW por ordem da Conatel, que coordena a telecomunicação na Venezuela.
“Por instruções da Conatel, operadoras de televisão a cabo tomaram o sinal da DW, um meio internacional que dedicou múltiplos espaços a informações que mostram a crise, que é de todas as naturezas, na Venezuela”.
Censura
A DW não foi a primeira emissora a ser censurada na Venezuela. Em 2017, o governo de Maduro tirou a CNN do ar depois de uma reportagem na qual o veículo revelava um esquema ilegal de concessão de passaportes a cidadãos do Oriente Médio. Antes disso, Maduro já havia ameaçado a emissora. “A CNN que não meta seu nariz na Venezuela, que fique bem longe, fora da Venezuela”, disse Maduro.
Já em 2018, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) revelou que a Venezuela bloqueou temporariamente diferentes sites independentes de notícias. A censura foi feita por meio de provedores de internet estatais e privados. Entre os portais estavam o Armando.info e o El Pitazo.
Já no início deste ano, jornalistas foram presos temporariamente pelo governo de Maduro. Entre os detidos estavam jornalistas brasileiros, chilenos, franceses, mexicanos e espanhóis.