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O banco central da China divulgou um comunicado nesta terça-feira, 6, no qual alerta que a decisão do governo americano de classificar o país como “manipulador cambial” pode “prejudicar seriamente a ordem financeira global e gerar impactos significativos na economia e mercado financeiro mundial”.
O alerta do Banco do Povo da China vem um dia após o Departamento do Tesouro dos EUA acusar Pequim de desvalorizar deliberadamente sua moeda para favorecer suas exportações em meio à guerra comercial com Washington.
Na última segunda-feira, 5, Pequim desvalorizou sua moeda, o yuan, para a menor cotação em relação ao dólar desde 2008. Com a medida, a moeda chinesa passou a ser cotada em 7,0536 yuans por um dólar. Além disso, o país suspendeu a compra de produtos agrícolas americanos. No mesmo dia, o secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin, divulgou um comunicado no qual informou que, com o respaldo do presidente americano, Donald Trump, o órgão determinou que a China manipula sua moeda.
A decisão da China de desvalorizar o yuan foi tomada em resposta à decisão de Trump de elevar o tom na disputa comercial com o país ao impor novas tarifas de 10% sobre exportações chinesas que totalizam US$ 300 bilhões.
A desvalorização da moeda chinesa teve forte impacto no mercado financeiro, derrubando bolsas nos EUA, Europa e Ásia. Em Nova York, o índice Dow Jones caiu quase 3%, o pior desempenho desde o início do ano. Já a Nasdaq – que negocia ações de empresas de tecnologia – caiu 3,5%. Na Europa, a queda foi puxada pela Bolsa de Valores de Londres, que caiu 2,47%. No Brasil, o Índice Bovespa registrou queda de 2,5%, e o dólar subiu para R$ 3,95, o maior valor desde 30 de maio.
Ao desvalorizar sua moeda, Pequim protege as exportações da China. Isso porque seus produtos ficam mais baratos, o que estimula as exportações e reduz o impacto das novas tarifas impostas pelos EUA. A medida, porém, produz um efeito cascata, levando outros países emergentes a desvalorizar suas moedas para manter a competitividade.
No comunicado desta terça-feira, o banco central chinês lamentou a classificação dada pelos EUA ao país, e destacou que a China “não usa e não usará a taxa cambial como uma ferramenta para lidar com as disputas comerciais”.
O banco destaca que está comprometido em manter a taxa de câmbio do yuan estável e equilibrada e lembrou que a moeda está entre as mais fortes do G20 e entre as que experimentaram uma significante valorização global.
A instituição destacou ainda que Pequim havia alertado os Estados Unidos “para recuarem em suas ações antes que fosse tarde” e “retornarem à trajetória correta e racional”.
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Já sinto o cheiro do “crash” de 1929.
O castelo de areia da economia mundial está prestes a ruir, só falta os chineses começarem a vender no mercado financeiro os títulos da dívida dos EUA.
Quem viver verá…