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Os agraciados com o prêmio Nobel costumam ser modestos. É claro que um pouco de sorte pode ajudar nas pesquisas, como muitos alegam, mas é perceptível que o empenho vale mais, especialmente quando você faz parte do seletíssimo grupo que ganhou o prêmio duas vezes.
No dia 19 de novembro, um cientista desse grupo seleto, Frederick Sanger, morreu. O bioquímico britânico foi o último a ser premiado duas vezes com o Nobel, ambas na categoria química. Apenas duas outras pessoas, a pioneira da radioatividade Marie Curie e John Bardeen ganharam dois prêmios Nobel de ciência, a primeira em física e química e o segundo duas vezes em física.
O trabalho de Sanger, na Universidade de Cambridge, foi significativo não só porque o comitê do Nobel decidiu honrá-lo, mas porque ele ajudou a explicar alguns dos fatos mais fundamentais da biologia. Ele determinou as estruturas químicas da proteína, mostrando como era relevante a ordem em que os aminoácidos se encadeavam. Isso lhe valeu seu primeiro prêmio Nobel, em 1958.
Na mesma linha de pesquisa, ele ganhou seu segundo prêmio em 1980, quando descobriu como decodificar essas informações dos aminoácidos. Ele desenvolveu um dos primeiros métodos de sequenciamento do DNA. Em seu laboratório, em 1977, um vírus obscuro chamado phiX174 tornou-se o primeiro organismo a ter seu genoma de 5.000 letras mapeado.