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Em relatório consolidado em julho deste ano, a World Intellectual Property Organization (Wipo) divulgou o ranking dos países que depositam mais pedidos de patente em todo o mundo. De um total de mais de 3,1 milhões de pedidos de propriedade industrial em 2016 – número considerado recorde -, foram aprovados e concedidos cerca de 1,4 milhão de patentes. O número de pedidos de depósitos da China, pela primeira vez, foi o maior – ultrapassando os Estados Unidos, agora em segundo -, chegando a 1,3 milhão de pedidos e 485 mil patentes concedidas. Completam a lista Japão, Coreia do Sul, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Suíça, Holanda e Rússia.
Com destacado crescimento tecnológico desde meados da década de 1990, os chineses ultrapassaram os escritórios europeu e sul-coreano em 2005 para, em seguida, deixarem o Japão e os Estados Unidos para trás.
Enquanto os norte-americanos tiveram mais de 600 mil pedidos depositados e 303 mil patentes concedidas, o Brasil segue pela contramão na via de inovação, dos pedidos de depósitos e em seus gastos com publicações científicas e educação. Nosso país estaciona no 24º lugar na lista global, com 22 mil depósitos de pedidos de patentes analisados e 4 mil patentes concedidas. No cenário mundial, o Brasil integra o grupo América Latina e Caribe – com a modesta participação de 2%.
A atual realidade brasileira em inovação
Outra informação relevante do relatório da Wipo é o índice de pedidos de patente rejeitados ou abandonados. No quesito “pedidos concedidos”, os japoneses, por exemplo, tiveram 71% de aprovação, enquanto que o Brasil teve apenas 19%, seguido da Tailândia, com 10%. Esta informação revela, por exemplo, o desconhecimento de brasileiros e tailandeses sobre o processo de inovação que avança no planeta. O Brasil – de Santos Dumont, Manuel de Abreu (inventor da radiografia), Nélio José Nicolai (que criou o identificador de chamadas) e João Francisco de Azevedo (que inventou a máquina de escrever), para citar somente alguns – vive o retrocesso, com apenas 201 examinadores e pouquíssimos escritórios e patentes, enquanto há 8.279 examinadores norte-americanos incumbidos da mesma tarefa.
Na linha do tempo, os norte-americanos lideraram os depósitos por 80 anos – entre 1883 e 1963. Em seguida, perderam a posição para os japoneses, com seus avanços em engenharia reversa – desconstruindo o que já fora inventado e diminuindo exponencialmente o “tamanho das coisas” – graças aos transistores e placas, e, por fim, à nanotecnologia. Os Estados Unidos retomaram o topo da lista em 2005, cedendo espaço agora para a tecnologia chinesa.
Os números da propriedade intelectual
Além dos registros de patente – que apresentaram aumento de 8,3% em relação ao exercício anterior, e altas constantes nos últimos sete anos -, os pedidos de marcas registradas chegaram a 7 milhões enquanto que os registros de projetos industriais beiraram a casa do milhão. Todo esse dinamismo tem o protagonismo chinês.
Essa é a verdadeira guerra. China e EUA disputam o comércio internacional e a supremacia tecnológica. Enquanto isso, no Brasil…