Museu Nacional do Rio reabre para exposição sete anos após incêndio

A partir de quarta-feira (2), o público poderá voltar ao Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruído por um grande incêndio em setembro de 2018. Após anos de obras de restauração, três espaços do palácio bicentenário serão reabertos para a exposição temporária Entre Gigantes: uma Experiência no Museu Nacional, que vai até o dia 31 de agosto.

Logo após a entrada, os visitantes poderão reencontrar o meteorito Bendegó, que faz parte do acervo do museu há 137 anos e que tornou um símbolo da resistência da instituição após a tragédia. A sala ao lado foi dedicada à história do museu e à reconstrução do palácio, com divulgação de detalhes da arquitetura do prédio e das obras de restauro, além da exposição de duas esculturas de mármore de Carrara que também resistiram ao fogo.

 

Segurança do Brics terá cerca de 17 mil policiais civis e militares

CNU 2025: inscrições começam em 2 de julho, veja tabela de cargos 

Meteorito Bengedó está na exposição temporária Entre Gigantes: uma Experiência no Museu Nacional – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Já o pátio da escadaria principal traz uma novidade: o esqueleto de uma baleia cachalote com quase 16 metros de comprimento, recém-adquirido pelo museu e que parece nadar afixado ao teto. Quem visitar a exposição poderá ajudar a escolha o nome para a cachalote, que é o maior esqueleto em exibição na América do Sul.

“A comunidade do museu trabalhou muito ao longo destes anos da reconstrução e tem resistido e se envolvido com a alma pra gente reabrir e continuar as nossas atividades. Pra gente é tudo muito importante, muito simbólico, e muito grande estar passando por este momento agora, porque é a soma de todos os esforços”, destacou a vice-diretora do museu, Andréa Costa.

Revolta popular no Panamá detona repressão estatal com estado de sítio

Brasil tem saldo positivo de 148,9 mil empregos com carteira assinada

 

Esqueleto de uma baleia cachalote com quase 16 metros de comprimento foi recém-adquirido pelo museu – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Reconstrução

A reabertura parcial ocorre paralelamente à continuidade das obras de reconstrução do palácio histórico e da busca por financiamento. O orçamento total da obra é de R$ 516,8 milhões. Do total, já foram captados R$ 347,2 milhões com entes públicos e empresas privadas, sendo que a maior quantia – R$ 100 milhões – foi repassada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O ministro da Educação, Camilo Santana, garantiu nesta segunda-feira (30) que o restante da quantia necessária – quase R$170 milhões – será levantado. Ele também confirmou negociações para que a Petrobras faça aportes. A estatal foi procurada para confirmar e dar mais informações, mas ainda não respondeu à reportagem.

“Em 2023, a gente tinha em torno de R$ 2 milhões previstos do Ministério da Educação para o museu. Nós colocamos, se não me engano, R$ 22 milhões. No ano passado, colocamos R$ 30 milhões. Este ano já estão previstos R$ 17 milhões. Então, nós vamos garantir, não tenho dúvida. É um compromisso do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] garantir todos os recursos necessário e buscar nos parceiros, nos bancos públicos, no BNDES, na Petrobras, a conclusão dessa obra”, complementou Santana.

 

Ministro da Educação, Camilo Santana visita a exposição temporária Entre Gigantes: uma Experiência no Museu Nacional – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Até momento, já foram concluídas as restaurações de 75% das fachadas e 80% dos telhados, com a preservação das características originais do palácio, que foi residência da família real brasileira, antes de abrigar o museu. Neste momento, estão sendo feitas a reforma e a ampliação do prédio anexo ao palácio, o reforço estrutural de vãos e a consolidação de alvenarias, além da instalação de sistemas de proteção contra raios e de captação de águas da chuva, entre outros itens.

O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (instituição à qual o museu é subordinado), Roberto de Andrade Medronho, lembrou que a reabertura do palácio também representa um marco para as atividades de ensino e pesquisa: “Esse museu é um ícone nacional não só histórico e cultural, mas também científico. Nós formamos aqui pesquisadores para o Brasil inteiro e para o mundo e é uma instituição de reputação internacional.”