O blackjack, perfume francês e outras histórias
As origens do blackjack não são totalmente claras, embora a maioria dos historiadores concorda que deriva de “vingt-et-un” -vinte e um ou simplesmente vinte e um- na língua francesa. Porque tudo começou nos casinos franceses por volta do ano 1700. E o blackjack é hoje um dos jogos mais populares do Casino. O objetivo é simples. Há que vencer o croupier obtendo a pontuação mais próxima de 21. As cartas -o Valete, a Dama e o Rei- valem 10, o Ás vale 11 ou 1 e todas as outras cartas mantêm seu valor. O blackjack ocorre quando as duas primeiras cartas são um dez ou qualquer carta de rosto mais um Ás. Duas cartas são distribuídas para cada jogador, aí o croupier perguntará se o jogador precisa de outra e caso for, se indica claramente com a mão. Quem tiver um blackjack ganha e recebe 3 a 2, a menos que o croupier também tenha um blackjack, caso em que é chamado de empate e nenhuma mão ganha. Se as cartas do apostador totalizarem um valor mais próximo de 21 do que o do croupier, o jogador ganha e recebe o valor da aposta, porque o croupier deve ficar com um total de 17 ou mais e deve pegar mais uma carta se tiver 16 ou menos. Até aqui, nada que um amante do blackjack poker desconheça. Mas há uma história que derruba aquele ditado de que ‘o croupier nunca perde’.
Os ‘meninos campeões’ dos anos 90
Na década de 1990 um grupo de estudantes mostrou que quem aposta nem sempre perde. Um deles, Bill Kaplan, havia lido um livro sobre contagem de cartas e acreditava que poderia usar um modelo matemático para ganhar dinheiro com o blackjack. Ele se formou em Harvard, mas sua vida deu uma reviravolta dramática quando o líder de um pequeno grupo de estudantes do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) que se envolveu em contagem de cartas ouviu falar sobre suas façanhas em Las Vegas -onde passou um ano levando apenas US $1.000 que transformou em cerca de US $35.000-. Então Kaplan foi convidado para treinar e gerenciar o que mais tarde se tornaria conhecido como ‘o infame time de blackjack do MIT’. Com a expansão da indústria de jogos e o alvoroço dos novos mega-cassinos, Kaplan e seus colegas também viram uma megaoportunidade para eles. Amigos e associados que já haviam visto 100% de retorno em investimentos menores, desembolsaram impressionantes US $1.000.000 para financiar um novo empreendimento, os Estrategic Invetsments, para treinar estudantes talentosos na contagem de cartas e depois deixá-los nos cassinos desavisados. Mas poucos anos depois a pressão crescente terminou com a dissolução da Strategic Investments em dezembro de 1993, marcando o fim da carreira de Kaplan no blackjack. Até então, a equipe tinha cerca de 80 jogadores, mas ‘chegou a hora de desistir’, como ele disse. Outro deles, Mike Aponte, mesmo que tenha se tornado muito conhecido como contador de cartas, ainda ganha a vida com o jogo e se tornou o campeão da World Series of Blackjack de 2004. Hoje ensina as pessoas a jogar e aconselha cassinos. Ironicamente, fez amizade com vários daqueles que tentavam caçá-lo. E ainda se lembra com carinho de seus dias na equipe do MIT. “Conseguimos algo que poucos conseguiram. Todo mundo conhece a regra de ouro de que você não pode vencer o banco a longo prazo, mas foi exatamente isso que conseguimos realizar.”