Finalíssima promove duelo entre a frustrada Itália e Argentina em paz com Messi
Torneio resgatado pela dupla Uefa e Conmebol para promover um duelo entre os campeões da Eurocopa e da Copa América
O clima, de qualquer forma, é de fim de festa, pois alguns deles podem não integrar o próximo ciclo, focado na Copa de 2026
Fora da Copa do Mundo pela segunda edição consecutiva, a Itália tem um longo caminho a percorrer para voltar a disputar um mundial, mas há esperança de devolver alguma alegria aos torcedores nesta quarta-feira, dois meses após a grande frustração. A partir das 15h45 (horário de Brasília), a seleção comandada por Roberto Mancini enfrenta a Argentina no estádio de Wembley, na decisão da Finalíssima, torneio resgatado pela dupla Uefa e Conmebol para promover um duelo entre os campeões da Eurocopa e da Copa América.
Mancini levou para Londres boa parte dos atletas que já vinha convocado anteriormente, presentes tanto na conquista continental quanto na derrota para a Macedônia, no playoff das Eliminatórias da Europa. O clima, de qualquer forma, é de fim de festa, pois alguns deles podem não integrar o próximo ciclo, focado na Copa de 2026.
Do outro lado, os italianos encontrarão uma Argentina também preparada para um adeus iminente, consciente de que pode estar vivendo os últimos momentos da era protagonizada pelo craque Messi, em paz com sua nação após fases mais conturbadas. Os argentinos, classificados para a Copa sem maiores dificuldades, chegam à disputa com a confiança em alta.
TORNEIO RESGATADO
A Finalíssima é a reedição de um torneio entre os campeões da América do Sul e da Europa realizado apenas duas vezes, em 1985 e 1993, com o nome de Troféu Artemio Franchi, em homenagem ao presidente da Uefa morto em 1983. A competição é considerada precursora da Copa Rei Fahd, que reuniu outros campeões continentais e deu origem à extinta Copa das Confederações.
A Argentina, aliás, foi a campeã da segunda e última edição do Artêmio Franchi, em 1993, quando venceu a Dinamarca nos pênaltis após empate por 1 a 1 no tempo normal. Já a disputa de 1985 foi vencida pela França, que venceu o Uruguai por 2 a 0.
O evento foi trazido de volta depois de tanto tempo e tão poucas edições como forma de reforçar ao olhar público a reaproximação entre Uefa e Conmebol, alinhadas em posicionamentos recentes contrários aos pensamentos da Fifa, como a proposta de uma Copa do Mundo a cada dois anos, por exemplo. Em 2020, as duas entidades assinaram um Memorando de Entendimento para reforçar a colaboração entre elas.
MELANCOLIA E DESPEDIDA
Alheia ao aspecto político do evento, a Itália só pensa em reconfortar seus torcedores após aumentar as expectativas com o tricampeonato da Eurocopa, conquistado diante da Inglaterra, e protagonizar nova decepção em seguida. O time que vai a campo com a missão de evitar novo amargor em 2022 pode ter algumas novidades, mas a lista de convocados foi composta por muito dos nomes que formam o time base, inclusive os ítalos-brasileiros Luiz Felipe, Emerson Palmieri e Jorginho.
Enquanto a reconstrução ainda toma forma, existem algumas certezas sobre o futuro da seleção italiana. Uma delas é que o zagueiro Chiellini, de 37 anos, fará, contra a Argentina, sua última partida vestindo a camisa da Azurra. “Ele tomou sua decisão e as decisões devem ser respeitadas. Vou falar com ele para agradecê-lo, é normal que ele tome outro caminho”, confirmou Mancini.
O treinador disse que, fora Chiellini, nenhum outro jogador tem uma despedida certa. A imprensa italiana, entretanto, especulou recentemente que outros jogadores podem encerrar os serviços pela seleção nacional, como o atacante Ciro Immobile, de 32 anos, que não foi convocado desta vez porque está lesionado.
INVENCIBILIDADE E “LUA DE MEL” COM MESSI
A Argentina, por sua vez, vive uma grande fase sob o comando de Lionel Scaloni e está invicta há 31 partidas. A última derrota foi em julho de 2019, para seu maior rival, o Brasil, nas semifinais da Copa América daquele ano. Dois anos depois, venceu os brasileiros na final, com um gol de Di Maria no Maracanã e voltou a conquistar um título após 28 anos.
O torneio continental foi a primeira conquista de Lionel Messi com a seleção nacional. Desde então, o craque entrou em lua de mel com os torcedores argentinos, reconstruindo uma relação que teve altos e baixos em meio a eliminações em Copas e desempenhos decepcionantes.
Aos 34 anos, Messi não é nome certo para a Copa de 2026, por isso trata com muita importância vencer seu segundo título pela Argentina antes de disputar aquele que pode ser seu último mundial. O discurso do craque é de respeito pelos italianos. “É uma loucura a Itália ter vencido a Eurocopa e não estar no Mundial, com tudo o que significa a Itália para a história das Copas”, afirmou em entrevista recente.
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