Buscas são retomadas em Pernambuco, mesmo com chuvas; estado tem 93 mortos e pelo menos 26 desaparecidos
Pernambuco chega, nesta terça-feira (31), ao quarto dia de buscas por vítimas das chuvas que provocaram alagamentos e deslizamentos de barreiras no Grande Recife e na Zona da Mata. No entanto, entre a madrugada e a manhã, o temporal atrapalhou parte das operações e as equipes precisaram suspender as buscas devido ao risco de novos… Bombeiros seguem para barreira que desabou em Jardim Monte Verde, no limite entre Recife e Jaboatão dos Guararapes, neste quarto dia de buscas, nesta terça-feira (31) — Foto: Mhatteus Sampaio/TV Globo
Pernambuco chega, nesta terça-feira (31), ao quarto dia de buscas por vítimas das chuvas que provocaram alagamentos e deslizamentos de barreiras no Grande Recife e na Zona da Mata. No entanto, entre a madrugada e a manhã, o temporal atrapalhou parte das operações e as equipes precisaram suspender as buscas devido ao risco de novos desabamentos em alguns pontos.
Ainda há ao menos 26 desaparecidos, segundo o balanço mais recente do governo estadual. O desastre também deixou 6.170 pessoas desabrigadas, além de ter feito, ao menos, 14 cidades decretarem situação de emergência. Por volta das 7h20, as buscas haviam sido retomadas, segundo o Corpo de Bombeiros.
O balanço mais recente, divulgado pelo governo do estado no final da manhã da segunda-feira (30), contabilizou 91 mortes, além dos 26 desaparecidos. No entanto, durante a tarde, outros dois corpos que ainda não estavam incluídos nas estatísticas oficiais foram encontrados, aumentando o total de óbitos para, ao menos, 93.
O ponto mais crítico é Jardim Monte Verde, no limite entre o Recife e Jaboatão. Morreram mais de 20 pessoas no local. Por volta das 3h, os bombeiros e Exército suspenderam as buscas por causa da chuva. Às 6h, o trabalho foi retomado.
O problema também ocorreu na comunidade Vila dos Milagres, entre os bairros do Ibura e Barro, na Zona Oeste. De acordo com o major Everton Marinho, que comanda a operação nesse local, a suspensão ocorre por questão de segurança das equipes.
“Temos um risco de novos deslizamentos, novos soterramentos e da equipe ser coberta pelo barro que é muito denso e muito forte. […] As buscas seguem gradualmente. Ela tem que ser lenta, não pode ser tão rápido, porque o trabalho de remoção de barro é um trabalho pesado e contamos com os riscos de novos deslizamentos e a chuva que não para e deixa o ambiente todo encharcado”, explicou.
O Corpo de Bombeiros divulgou os principais pontos de resgates de deslizamentos, com parte dos desaparecidos:
3 desaparecidos na Rua Araripe, bairro Monte Verde, entre o Recife e Jaboatão; 6 ou 8 na Rua dos Milagres, Barro, Recife; 1 na Rua Henrique de Holanda, Centro, Camaragibe; 2 na Rua Meia Lua, Paratibe, em Paulista; 2 na Rua Eduardo Henrique, em Curado IV, na Comunidade Bola de Ouro.
Um dos dois corpos encontrados na segunda-feira foi retirado por bombeiros dos escombros de uma barreira que deslizou na comunidade do Areeiro, em Camaragibe, na Região Metropolitana. A vítima foi uma dona de casa de 49 anos identificada como Rute Soares Nascimento.
O outro corpo foi encontrado em Jardim Monte Verde. A vítima foi a engenheira civil Thais Regina Ramos Feitosa, de 31 anos.
O local onde o corpo de Thais foi achado é o principal ponto de buscas de desaparecidos. Segundo o Corpo de Bombeiros, ainda há vítimas desaparecidas no local.
Até a noite da segunda-feira (30), o número de desabrigados no estado devido à tragédia estava em 6.170, de acordo com o tenente-coronel Leonardo Rodrigues, que é secretário executivo de Defesa Civil de Pernambuco.
Buscas Além de bombeiros militares de Pernambuco, as operações de buscas contam com bombeiros de outros estados brasileiros, como Paraíba, Minas Gerais e Rio Grande do Norte. Também participam policiais militares, guardas municipais e funcionários da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), assim como militares do Exército, profissionais da Marinha e policiais civis.
Nas buscas, salvamentos e fornecimento de mantimentos para populações de áreas afetadas, são utilizadas embarcações e seis aeronaves, sendo três do Grupamento Tático Aéreo da Secretaria de Defesa Social e três da Polícia Rodoviária Federal.