com festival na orla, PMJP dá visibilidade às juninas e ‘se obriga’ a fortalecer grupos
A prefeitura de João Pessoa acertou muito ao levar o Festival de Quadrilhas Juninas para o Busto de Tamandaré, na orla da capital. Alguém pode dizer que é a elitização das manifestações, que, em geral, toma forma nas periferias.
Mas, se você olhar em outra perspectiva, vai concluir que as manifestações culturais, entre Tambaú e Cabo Branco, ganham mais visibilidade e geram, de maneira adjacente, a necessidade da gestão dar mais apoio aos 22 grupos da Liga das Quadrilhas.
Afinal, precisam fazer bonito e, naquele lugar, nesse período, passam a ser uma atração e tanto para os visitantes. Representação de nossas raízes.
A arena com arquibancada na orla é uma vitrine que atrai turistas, facilita a ida dos moradores da cidade- afinal é um área onde há mais oferta do transporte público – e, por lá, ainda atinge aqueles que não tinham noção da força das juninas da capital. Tudo de graça.
O Centro Histórico poderia ser um local marvilhoso? Sim. Já foi por lá algum tempo. Mas será preciso melhorar muito a situação dessa área, com relação a estrutura e segurança, por exemplo, para ampliar o público, como já está acontecendo na orla.
Quem sabe um dia, quando o Centro Histórico estiver em um outro momento.
Mais apoio
A prefeitura afirmou que as juninas de João Pessoa receberam mais de R$ 650 mil.
Em sessão na Câmara de Vereadores de João Pessoa, recentemente, integrantes de alguns grupos elogiaram o apoio, nem reclamaram do valor, mas da demora no repasse.
Independentemente disso, a partir de agora, com a consolidação e o sucesso do Festival na orla, a gestão precisa dar ainda mais força às manifestações.
Patrocínio
Os repasses públicos são importantes, mas por que não conseguir patrocínio? Por que não encontrar uma maneira da iniciativa privada bancar parte dos custos para que o financiamento dos grupos seja ainda maior, por mais tempo, e com possibilidade de mais planejamento e investimento?
É sempre bom lembrar que as quadrilhas mobilizam comunidades inteiras, mexem com a dinâmica de bairros, tiram jovens do crime e da droga, apresentam a eles à cultura e à arte. Por isso, vale muito a pena um investimento programado, sistemático, de forte impacto social.
O modelo de dependência de repasse do poder público, em período específico, é anacrônico, quando o produto é atrativo, tem público e visibilidade de toda mídia – que está lá todos os dias porque entende a necessidade de dar visibilidade para fortalecer a nossa cultura.
O cenário é favorável. A maior prova é da fila que se forma todos os dias de apresentação, o que vai obrigar aos organizadores a pensar para o ano que vem uma arena maior, com mais espaço para o público.
O sucesso de agora é o sinal de é possível muito mais.