O Tribunal de Contas do Estado (TCE) escancarou, essa semana, os gastos com festividades feitos pelos municípios paraibanos. Conforme o órgão, já foram destinados mais de R$ 146 milhões este ano. As cifras dos anos anteriores são igualmente impressionante.
Ainda conforme os auditores, 32 municípios gastaram mais com festas do que com obras e investimentos em áreas essenciais. Um absurdo!
Mas o modo ‘pão e circo’ não é algo novo.
Desde Roma as cidades eram alimentadas por grandes espetáculos em arenas, enquanto a maioria da população convivia com a miséria.
A população, aliás, precisa também fazer uma ‘mea-culpa’ disso. É que em muitos municípios, quando as prefeituras decidem não promover grandes shows, os gestores são cobrados pela ausência de atrações renomadas.
Eles temem, no fim das contas, o insucesso eleitoral diante das insatisfações públicas.
É necessário despertar a consciência nos paraibanos de que as grandes quantias, disponibilizadas para esses eventos, contribuem para a escassez de recursos em áreas essenciais – como saúde, educação e a infraestrutura das cidades.
Nessa perspectiva, o TCE criou uma ferramenta importantíssima.
É o ‘Observatório Festividades’, que possibilita que cada cidadão saiba quanto o seu município investiu nas festas juninas, de emancipação política, de padroeiro, natal ou réveillon. É possível ainda identificar a relação dos fornecedores mais contratados e os gastos ‘per capita’ – trazendo a proporcionalidade entre os recursos usados e as populações dessas cidades.
O caminho para melhorias passa por fiscalizar e cobrar mudanças nas prioridades.