mais de 100 hectares são embargados por desmatamento ilegal na Paraíba
Mais de 100 hectares de vegetação nativa foram embargados na Paraíba por conta de desmatamento ilegal durante uma operação de fiscalização, realizada entre 14 de maio e 4 de junho de 2025, chamada de “Operação Mata Viva”.
A ação foi conduzida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que aplicou multas administrativas que somam R$ 869 mil.
As áreas com desmatamento estão localizadas em oito municípios: Areia, Capim, Guarabira, João Pessoa, Juripiranga, Pilões, São José dos Ramos e Solânea.
Do total embargado, 91,9 hectares pertencem ao bioma da Mata Atlântica e 14,6 hectares à Caatinga. Ao todo, foram lavrados 42 autos de infração.
O Ibama identificou as áreas de desmatamento por meio de imagens de satélite, que mostraram cortes rasos de vegetação. Após esses alertas, equipes de campo foram enviadas para confirmar as ocorrências, utilizando drones para mapear os locais. As propriedades com desmatamento ilegal tiveram as atividades bloqueadas imediatamente.
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Durante a operação, 176 aves silvestres foram apreendidas. A maioria foi devolvida ao seu habitat natural, enquanto os animais feridos ou debilitados foram encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Cabedelo, para reabilitação.
De acordo com o Decreto Federal nº 6.514/2008, o desmatamento sem autorização implica multa de R$ 1 mil por hectare ou fração. Quando a área desmatada é protegida, como no caso da Mata Atlântica, a multa pode chegar a R$ 5 mil por hectare. Se for constatado o uso de fogo, o valor da multa é dobrado.
A operação também identificou desmatamento dentro de Terras Indígenas do povo Potiguara, no Litoral Norte da Paraíba. Relatórios da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) mostraram que áreas já embargadas foram desmatadas para o cultivo de cana-de-açúcar. Com base nesses documentos, o Ibama emitiu novas autuações e reforçou os bloqueios nessas regiões.
O superintendente substituto do Ibama na Paraíba, Geandro Guerreiro Pantoja, afirmou que órgão seguirá atuando para prevenir e combater infrações. “Continuaremos diligentes na prevenção e no combate em defesa da nossa biodiversidade, contribuindo com nossas ações para a mitigação dos efeitos adversos das mudanças climáticas”, disse.