Paraíba deve manter ritmo de crescimento mesmo com tarifas de Trump, diz economista da XP

A XP Investimentos, uma das maiores corretoras de valores do Brasil, lançou o relatório “Onde Investir – 2º Semestre de 2025”, que trouxe uma avaliação do mercado nacional e as perspectivas para os principais ativos até o fim do ano, sobretudo com a novidade do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil e anunciado pelo presidente Donald Trump. Em resposta a uma pergunta do jornalista Plínio Almeida, o economista-chefe da XP, Caio Megale, avaliou os possíveis impactos nas exportações da Paraíba para os norte-americanos. Megale acredita que a nova taxação não deve frear o desempenho da economia do estado. “As tarifas do Trump tendem a afetar mais alguns setores manufatureiros e semi manufatureiros do que a economia como um todo. Os principais setores são bens de capital (aviões, máquinas), aço, café, suco de laranja e carnes. A economia da Paraíba tem pouca exposição a eles, e mais a serviços, turismo e consumo”, afirmou Megale.

Caio Megale acredita na solidez da economia paraibana diante das novas tarifas americanas. (Foto: Arquivo/XP)

Após destaque no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre os estados brasileiros em 2024, com uma alta estimada de 6,8%, a Paraíba deve manter um bom ritmo em 2025. O estado aparece com a maior projeção de crescimento econômico do Nordeste, com taxa de 3,4% — acima das médias regional (2,6%) e nacional (2,5%). O potencial de consumo também deve crescer 9,3% este ano, chegando a R$ 111,7 bilhões. Em 2024, o setor de serviços cresceu 4,8% no estado, o segundo maior índice do Nordeste, impulsionado por áreas como tecnologia da informação, comunicação e serviços profissionais. Para Megale, esse perfil mais voltado ao consumo interno deve continuar beneficiando a economia local, especialmente com medidas previstas, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, que pode se efetivar em 2026.

Acreditamos que a Paraíba seguirá apresentando bom desempenho

Caio Megale – Economista-Chefe da XP Investimentos

O Agro paraibano tem projeção de crescimento superior a 7,0% em 2025, ajudando a impulsionar o índice de destaque no Nordeste. No ano passado, as exportações de açúcar para o mercado americano representaram mais de R$ 100 milhões. Sobre o risco para este setor, Caio Megale afirma: “O agro pode ser um pouco afetado, mas via de regra o que não será exportado para os EUA pode ir para outros países, especialmente China. Então não representa risco para a economia local (nem mesmo para a economia brasileira)”.