Faltando pouco mais de um ano para as eleições de 2026, oposição e a base governista da Paraíba estão diante de impasses. De um lado, os integrantes do grupo que dá apoio ao Governo João Azevêdo (PSB) não se entendem sobre a sucessão estadual.
Do outro, os oposicionistas – que estavam até então unidos – começam a dar sinais de que não seguirão no mesmo barco.
Na base o imbróglio é mais antigo.
Há meses o presidente da Assembleia Legislativa Adriano Galdino (Republicanos) e o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), questionam o nome de Lucas Ribeiro (PP) como candidato natural do grupo.
Sem controle da base, João acompanha as disputas internas e delegou aos partidos a definição da chapa majoritária do próximo ano.
Já o impasse na oposição é mais recente.
Teve início com o movimento feito pelo senador Efraim Filho (UB), que busca se viabilizar como candidato ao Governo e tem se aproximado do bolsonarismo raiz – liderado no Estado por nomes como Marcelo Queiroga, Cabo Gilberto e Walber Virgolino.
A movimentação já provocou um efeito imediato: o senador Veneziano Vital (MDB) avisou que não subirá em um palanque do bolsonarismo, sem espaço para o presidente Lula (PT). Veneziano vem há meses trabalhando em sua reeleição e vem somando apoios.
Aliado histórico de Lula, o emedebista é oposição ao Governo estadual e apoiou a candidatura do ex-deputado Pedro Cunha Lima (PSD) no segundo turno. Pedro, dias atrás, afirmou que a única certeza que possui hoje é que apoiará Veneziano no próximo ano.
Cenários incertos
Oposição e base na Paraíba estão dependentes das articulações nacionais. Alguns partidos, como é o caso do PP e do União Brasil, ainda não definiram quem comandará a Federação em solo paraibano. Da mesma forma, fala-se na possibilidade de uma junção do MDB com o Republicanos (a nível nacional) antes da disputa eleitoral do próximo ano.
Movimentos que, caso materializados, podem modificar a configuração do xadrez eleitoral do Estado.
Nem mesmo os mais habilidosos em fazer conjecturas políticas conseguem ter clareza no que acontecerá nos próximos meses. Nesse momento, a fotografia que há é de uma base instável, que convive com o risco de fissuras; e de um grupo oposicionista que pode sair, também, fragmentado para a disputa no 1º turno.