A Justiça da Paraíba aceitou a denúncia do Ministério Público da Paraíba (MPPB) contra o sargento da Polícia Militar José Almi Pinheiro, pelos crimes de feminicídio e homicídio. Com isso ele passa a ser acusado da morte de Carla Veríssimo Ramalho, com quem se relacionou por um tempo, e do comerciante Adriano Pereira Alves. Os crimes aconteceram em Marizópolis, no Sertão paraibano, no dia 6 de maio deste ano. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (22) e é assinada pelo juiz José Normando Fernandes.
Segundo o Ministério Público da Paraíba (MPPB), o militar teria ido até o local de trabalho de Carla, onde ela estava com três crianças na calçada, e efetuado quatro disparos contra a vítima, mesmo após ela cair no chão.
Em seguida, o sargento entrou no imóvel e atirou dez vezes contra Adriano, que havia se escondido no banheiro. A ação foi registrada por câmeras de segurança.
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A denúncia aponta que José Almi utilizou duas armas e agiu de forma a dificultar qualquer possibilidade de defesa por parte das vítimas.
O Ministério Público também solicitou a manutenção da prisão preventiva do acusado e o envio do caso à Corregedoria da Polícia Militar, pedido que foi atendido pela Justiça.
A defesa do sargento afirma que o episódio deve ser analisado de forma técnica e com base nas provas do processo. Em nota, a equipe jurídica declarou: “A verdade real dos acontecimentos será devidamente demonstrada nos autos processuais, com base em provas técnicas e sob os cuidados do Poder Judiciário”.
Já o advogado que representa as famílias das vítimas, Abdon Lopes, afirmou que o crime está diretamente relacionado ao término do relacionamento entre José Almi e Carla. “O entendimento nosso não duvida que foi ele. Ele estava insistindo na volta do relacionamento, foi um meio cruel e um motivo de ciúmes. A acusação vai buscar a pena máxima”, disse.
O juiz determinou que o processo siga como ação penal e que o réu seja citado para apresentar resposta à acusação. A denúncia foi recebida com base nos artigos 121-A e 121 do Código Penal, que tratam de feminicídio e homicídio qualificado, ambos com agravantes.
O caso está em andamento na 1ª Vara Mista da Comarca de Sousa e será submetido ao julgamento do Tribunal do Júri.