O líder do União Brasil, o senador Efraim Filho, reforçou neste sábado (26), o tom de oposição ao governo do presidente Lula (PT), um dia após ter firmado aliança com o Partido Liberal (PL) na Paraíba. Ele participou de uma agenda do PL Mulher, em Campina Grande, com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).
Em discurso, o senador justificou a aliança com o PL, do ex-ministro da saúde, Marcelo Queiroga, resultando no desembarque do Governo Federal. “É união e aliança que não se faz entre os mesmos, mas entre quem se identifica com uma agenda comum”, disse.
Em aceno ao público conservador, Efraim disse que ‘todos os votos’ dele, enquanto parlamentar, foram a favor da vida e contra o aborto. Ele também mencionou a relatoria da PEC anti-drogas e criticou decisões “abusivas e execessivas” do STF.
O senador ainda lembrou a trajetória do pai, o ex-senador Efraim Morais, que foi oposição ao presidente Lula em seus dois primeiros governos. “Um homem corajoso”, disse.
Ao fim do discurso, Efraim agradeceu o apoio de Michelle Bolsonaro e gravou um vídeo com a primeira dama em que repete um gesto político de “foguete”, algo que tem adotado como marca.
Reflexos na Paraíba
A roupagem conservadora deve favorecer uma eventual candidatura de Efraim ao Governo do Estado, pois hoje ele enfrenta uma disputa pelo comando da federação ‘União-Progressista’ em âmbito estadual. Ele não tinha garantias de um espaço para participar das eleições em 2026.
A aliança com o PL, por outro lado, desagrada alguns aliados da oposição, a exemplo do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), apoiador do presidente Lula (PT) e defensor de um palanque para o petista na Paraíba.
A aliança entre Efraim e o PL, consequentemente, pode precipitar o lançamento de outras candidaturas da oposição, sendo o nome de Pedro Cunha Lima (PSD) uma das possibilidades em discussão para formar chapa com o senador emedebista.