Governo Trump reage à prisão domiciliar de Bolsonaro, condena Alexandre de Moraes e manda recado aos envolvidos

Governo Trump reage à prisão domiciliar de Bolsonaro e condena Alexandre de Moraes

A recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de colocar o ex-presidente Jair Bolsonaro em prisão domiciliar continua reverberando fora do Brasil. Nesta segunda-feira (5), o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, órgão vinculado ao Departamento de Estado dos Estados Unidos e atualmente sob gestão do governo de Donald Trump, publicou nota oficial em português e inglês condenando duramente a medida.

A publicação, feita nas redes sociais, classifica Moraes como um “violador de direitos humanos” e acusa o magistrado de utilizar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia. O comunicado diz ainda que restringir a capacidade de Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público e conclui com a frase: “Deixem Bolsonaro falar!”.

Sanções via Lei Magnitsky

A nota também reafirma a intenção do governo Trump de aplicar as sanções previstas na Lei Magnitsky contra autoridades estrangeiras envolvidas em abusos de direitos humanos. Segundo o Escritório, o governo norte-americano responsabilizará não apenas os autores diretos, mas também “aqueles que auxiliarem e incentivarem a conduta sancionada”.

Informativo: Presidente Donald J. Trump responde às ameaças do governo brasileiro contra os Estados Unidos

Sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por graves violações de Direitos Humanos

A movimentação dos EUA acontece dias após a decisão de Moraes, que determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro por descumprimento de medidas cautelares, ao se comunicar com apoiadores por meio das redes sociais de aliados e familiares — o que era proibido.

Antecedentes

Em maio deste ano, o mesmo perfil do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental já havia se manifestado em português, apoiando publicamente a nova política de restrição de vistos anunciada por Marco Rubio, secretário de Estado. À época, o órgão publicou que “nenhum inimigo da liberdade de expressão dos americanos será perdoado”, mensagem interpretada como crítica ao Supremo Tribunal Federal do Brasil.

Esses episódios reforçam a deterioração nas relações entre parte do Judiciário brasileiro e o governo dos Estados Unidos sob Trump, cuja ala republicana mantém proximidade ideológica com o bolsonarismo.

Reação política e possíveis desdobramentos

Segundo aliados do ex-presidente, a reação do governo norte-americano pode precipitar novas sanções direcionadas a membros do Judiciário brasileiro. A colunista Malu Gaspar, de O Globo, informou que setores do bolsonarismo já articulam com representantes da Casa Branca medidas para denunciar o que consideram “perseguição política” contra Bolsonaro.

Embraer descarta demissões no Brasil e negocia tarifa zero nos EUA

Morre ex-apresentador do Fala Brasil, aos 64 anos, vítima de leucemia

Enquanto isso, o clima político brasileiro segue tenso. O senador Flávio Bolsonaro criticou duramente a decisão de Moraes e cogita até registrar-se como advogado do pai para poder visitá-lo, uma vez que a prisão domiciliar proíbe visitas que não sejam de parentes próximos ou advogados.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, também declarou que a decisão pode ser “a gota d’água” para uma desobediência civil e acusou Moraes de agir por vingança.

Liberdade de expressão em xeque

O episódio reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão e os riscos de censura institucional. Enquanto os defensores da decisão de Moraes veem nela um mecanismo legítimo de contenção contra ataques ao Estado de Direito, críticos alegam abuso de poder, censura e afronta à soberania individual de um ex-chefe de Estado.

No centro desse embate está não apenas a figura de Jair Bolsonaro, mas o próprio equilíbrio entre os Poderes e o respeito às normas constitucionais em tempos de polarização política extrema.


Tags: Alexandre de Moraes, Jair Bolsonaro, Donald Trump, STF, Lei Magnitsky, Estados Unidos, Política Exterior, Prisão Domiciliar, Liberdade de Expressão, Governo Trump.

Por: fan.gov

CASA BRANCA

ENFRENTANDO UMA EMERGÊNCIA NACIONAL: Hoje, o presidente Donald J. Trump assinou um decreto do Executivo implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o valor total da tarifa para 50%, a fim de lidar com políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos.