Não há registros de fotografias do encontro realizado nesta segunda-feira (11) entre o governador João Azevêdo, presidente estadual do PSB, e os pré-candidatos a deputado federal do partido. A ausência dos sorrisos, nas redes sociais, não é por acaso.
A reunião teve um clima tenso e foi marcada por cobranças e uma discussão intensa entre membros.
Alguns socialistas ouvidos pelo Blog descreveram que, em um determinado momento, houve bate-boca entre dois dos presentes.
As queixas orbitam sobre o repasse de recursos do fundo eleitoral, em 2022; a falta de rodízio na Câmara Federal e as dificuldades do partido para formar uma chapa competitiva para deputado federal em 2026.
Na avaliação de bastidores, o governador João Azevêdo tem centrado esforços na chapa majoritária e esquecido a disputa proporcional. O cenário tem arrepiado os cabelos de alguns pré-candidatos, que analisam deixar o partido.
“O clima não é bom. A gente não tem uma nominata forte. Há nomes que estão de malas prontas e isso deixa todo mundo apreensivo”, confidenciou um dos pré-candidatos da legenda, pedindo para não ter o nome revelado.
Nas eleições de 2022 o PSB paraibano elegeu um único deputado federal, Gervásio Maia, e seis estaduais. Na época Gervásio teve 69,4 mil votos.
Dos 12 que conquistaram vagas em Brasília, foi o terceiro com menor votação – ficando à frente somente de Damião Feliciano e Luiz Couto.
O desafio para o próximo ano é manter a cadeira na Câmara Federal, sobretudo diante da possibilidade de redução das vagas da Paraíba. O Estado pode ter a bancada diminuída de 12 para 10 cadeiras, o que torna a batalha por um espaço ainda mais ferrenha.
Encontro de Campos
Um dia após o ‘incêndio’ na reunião socialista, o presidente nacional do PSB e prefeito de Recife, João Campos, manteve uma agenda com o governador João Azevêdo.
Na versão oficial do Governo um encontro para debater o cenário eleitoral e gestão pública.
Na conversa, porém, certamente também houve espaço para uma avaliação dos rumos do partido na Paraíba – sob a perspectiva que mais interessa aos dirigentes nacionais: a de manutenção, no mínimo, dos espaços no Congresso.
Algo que a julgar pelo clima da reunião de segunda-feira…