O influenciador Hytalo Santos, preso na manhã desta sexta-feira (15), foi encontrado em uma mansão em São Paulo (veja imagens do local abaixo). Ele e o marido, Israel Nata Vicente, conhecido como Euro, que também foi preso, são suspeitos de tráfico e exploração sexual infantil, em São Paulo.
A defesa de Hytalo Santos, informou, por meio de nota, que não teve “acesso ao conteúdo da decisão” que determinou a prisão, impossibilitando uma “manifestação mais detalhada”. Declarou, ainda, que assim que houver ciência dos fundamentos da prisão, tomará as medidas cabíveis. A defesa reafirmou a inocência de Hytalo Santos.
Hytalo é investigado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e Ministério Público do Trabalho (MPT) por tráfico humano e exposição de menores de idade em conteúdos produzidos para as redes sociais. O caso ganhou repercussão após denúncias do youtuber Felca sobre casos de “adultização” de crianças e adolescentes.
As prisões aconteceram por força de mandado de prisão expedido pela 2ª Vara da Comarca de Bayeux, na Paraíba, pelo juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa.
O pedido de prisão preventiva é fundamento na existência de indícios da prática de crimes que atentam gravemente contra a dignidade de crianças e adolescentes, entre os quais se destacam: tráfico de pessoas, exploração sexual, trabalho infantil e produção de vídeos com conteúdo de conotação erótica envolvendo menores.
Os vídeos eram divulgados em redes sociais como Facebook, Instagram e TikTok, sob o pretexto de participação em um suposto “reality show”, o que caracterizaria uma forma de exposição indevida e criminosa de crianças e adolescentes.
Há indícios, ainda, de autoria e materialidade delitiva, com abalo à ordem pública, além da violação dos direitos fundamentais de crianças e adolescentes.
A Polícia Civil da Paraíba afirmou que o vazamento de informações sigilosas e a execução de medidas de natureza civil, dissociadas dos métodos próprios da investigação criminal, têm prejudicado a eficiência e a segurança do trabalho investigativo, além de potencialmente expor as vítimas a novos riscos.
“É importante destacar a necessidade do efetivo combate ao tráfico humano em âmbito estadual, pois se trata de uma grave violação de direitos que, embora muitas vezes menos visível que o transnacional, provoca impactos profundos nas comunidades locais. Nesse contexto, vítimas — frequentemente oriundas de situações de vulnerabilidade socioeconômica — são aliciadas, transportadas e exploradas dentro das fronteiras do próprio estado, seja para fins de exploração sexual, trabalho análogo à escravidão ou outras formas de servidão”, afirmou a Polícia Civil.