Projeto no Alto Sertão ensina habilidades, gera renda e muda trajetórias de mulheres

Projeto no Alto Sertão ensina habilidades, gera renda e muda trajetórias de mulheres.. Reprodução / ONG Pisada do Sertão

Mais de 90 mulheres no Alto Sertão da Paraíba aprenderam a costurar, empreender e gerar renda própria graças ao trabalho de Laiza Anacleto. Como gestora de Inclusão Produtiva, ela coordena o Multiplica por Elas, projeto que tem a missão de fortalecer comunidades locais.

A trajetória de Laiza em 2006 como dançarina de um grupo de xaxado. Depois, ela participou de cursos de empreendedorismo e atividades culturais que a ajudaram a traçar seu próprio caminho e se preparar para liderar ações de impacto social.

Ver mulheres que nunca tinham costurado hoje trabalhando no nosso ateliê e inspirando outras é algo que brilha meus olhos

Laiza Anacleto – gestora de Inclusão Produtiva

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O projeto que Laiza coordena faz parte da ONG Pisada do Sertão, criada em 2004 para desenvolver pessoas e transformar territórios na Paraíba. A instituição mantém quatro polos: Poço de José de Moura, Poço Dantas, Pocinhos e Triunfo, atendendo cerca de 1.200 pessoas diariamente.

Em outros 12 municípios, promove cursos e eventos, qualificando aproximadamente 2 mil pessoas por ano em áreas como moda, artesanato, audiovisual, gastronomia, empreendedorismo, agroecologia e turismo sustentável.

Laiza conta que sua mudança pessoal se transformou em ação coletiva.. Reprodução / ONG Pisada do Sertão

Laiza conta que sua mudança pessoal se transformou em ação coletiva. Ela acompanha a produção no ateliê, articula formações e cria oportunidades para que mulheres gerem renda própria e desenvolvam habilidades socioemocionais.

Foi a partir dessa oportunidade que consegui ter uma nova visão de mundo e construir meu projeto de vida. A Pisada me fez enxergar minha cidade como um lugar de oportunidades. Também sou mãe de atendidos e ver meus filhos vivenciando a mesma transformação que eu vivi é emocionante. Eles têm pensamento crítico, desenvolvem habilidades socioemocionais e se orgulham do trabalho que faço aqui

Laiza Anacleto – gestora de Inclusão Produtiva

Outro exemplo de trajetória iniciada na Pisada é José Eduardo. Ele começou aos 8 anos em atividades culturais e hoje coordena a comunicação da ONG e ministra cursos de audiovisual. “Estar à frente da comunicação é viver a Pisada todos os dias e levá-la comigo para onde quer que eu vá”, conta.

Para a fundadora Ana Nery, a ONG nasceu do desejo de criar oportunidades locais. “Eu sempre ouvi que a minha cidade era um lugar sem futuro, que se eu quisesse ter oportunidades teria que ir embora. Mas eu não queria ir embora. Queria ficar e construir meus sonhos aqui”, explica.