Celular apreendido de Bolsonaro revela contatos com 7 políticos da Paraíba; saiba quais
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enviava mensagens com regularidade para pelo menos 7 políticos da Paraíba, de acordo com listas de transmissão contidas no celular dele, que foi apreendido. As informações constam em relatório da Polícia Federal (PF) e foram incluídas em um inquérito sobre suposto descumprimento de medidas cautelares.
De acordo com informações publicada pelo jornal Estadão, que teve acesso ao relatório da PF, a apreensão do celular do ex-presidente revelou que ele utilizava listas de transmissão no WhatsApp para se comunicar diretamente com centenas de aliados políticos.
Na Paraíba, sete nomes ligados à direita foram localizados nas listas: sem surpresas, o ex-ministro da saúde, Marcelo Queiroga (PL), pré-candidato ao Senado, e o filho dele, Queiroguinha, estão entre os nomes. Ele mantém agendas constantes com Bolsonaro.
Também aparecem nas listas os deputados federais Cabo Gilberto (PL) e Wellington Roberto (PL); o deputado estadual Wallber Virgolino (PL); o comunicador e ex-candidato a prefeito de Santa Rita Nilvan Ferreira (Republicanos) e o vereador pessoense Carlão Pelo Bem (PL).
A presença dessas lideranças paraibanas nas listas de transmissão de Bolsonaro reforça a proximidade do ex-presidente com esses personagens. O PL, partido ao qual a maioria deles é filiada, é hoje a principal base de apoio de Bolsonaro no estado e concentra nomes estratégicos nas disputas proporcionais e majoritárias para 2026.
Relatório da PF
De acordo com o relatório da PF, quatro listas foram identificadas no aparelho de Bolsonaro, reunindo quase 400 contatos. As mensagens enviadas por Bolsonaro incluíam convocações para atos políticos, links de transmissões ao vivo e vídeos de manifestações em diversas cidades do país.
O ministro Alexandre de Moraes determinou que a defesa de Bolsonaro apresente explicações sobre o uso do WhatsApp em até 48 horas. O ministro quer saber se o ex-presidente desrespeitou a decisão judicial que o proíbe de usar as redes sociais.
Se entender que houve descumprimento, Moraes pode determinar a prisão preventiva de Bolsonaro.
Aliados criticam vazamento
A defesa de Bolsonaro argumentou que ele não descumpriu as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes ao utilizar o WhatsApp, considerado pela defesa um aplicativo de mensagens e não uma rede social.
Por outro lado, aliados do ex-presidente criticaram a operação e o vazamento de informações sigilosas.
Nas redes sociais, Marcelo Queiroga compartilhou publicações contendo críticas ao processo, chamando o caso de “bullying” e de “injustiça”. “Iremos com ele até o fim”, disse.