Acolhidos da SMAS vivem dia especial no Tour da Colina, no estádio do Vasco – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

O projeto Pontes para o Futuro, da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), levou a São Januário, estádio do Vasco da Gama, na Zona Norte, 35 acolhidos de diversas unidades para fazer o Tour da Colina, um passeio pelas dependências e pela história do clube. O grupo, composto por crianças, adolescentes, adultos e idosos, todos vascaínos, viu de pertinho os troféus conquistados no futebol e em outros esportes e fez fotos ao lado das estátuas dos ídolos Roberto Dinamite e Romário.
Victor Eduardo da Fonseca e Souza, de 64 anos, acolhido no albergue Alfonso Lavalle, no Centro, foi um dos participantes da visita. Jogador de futebol juvenil do América, em meados dos anos de 1970 e torcedor apaixonado pelo Vasco, ele reviveu, no Tour da Colina, momentos emocionantes de quando jogou ali e no Maracanã. Assim que entrou no setor das sociais e sentou em uma das cadeiras, diante do gramado em que pisou, quando adolescente, Victor não segurou as lágrimas. O choro silencioso foi um reviver de alegrias e dores.
– Eu tinha 16 anos quando joguei pela primeira vez aqui, pelo América. Aí, levei uma pancada violenta quando jogava uma pelada na praia, e o futebol acabou para mim. Aí, minha mãe faleceu, e acabei indo parar na rua. Hoje, o abrigo da Prefeitura é, para mim, uma casa. Passou a ser minha família. O futebol, pra mim, não foi ruim, ele trouxe alegria a uma parte da minha vida.
A visita a São Januário inaugurou uma nova fase do projeto Pontes para o Futuro, de passeios nos quatro grandes clubes de futebol do Rio. Em setembro, acolhidos que torcem pelo Fluminense vão visitar a sede nas Laranjeiras, e depois haverá ações semelhantes no Flamengo e no Botafogo. A paixão pelo futebol é uma das ferramentas que o programa usa para gerar novos conhecimentos e diversão a pessoas em vulnerabilidade atendidas pela rede de assistência social.
– A gente leva nossos acolhidos a eventos que naturalmente não frequentariam devido à sua condição de vulnerabilidade social. São eventos culturais, como sessões de teatro e cinema, ou esportivos, como o Tour da Colina, ou educativos e históricos, como museus e pontos turísticos do Rio. O objetivo é dar a essas pessoas, muitas vezes vítimas de violação de direitos ou em situação de rua, oportunidades de pertencimento e de conexão com a cidade onde vivem – explicou o coordenador do projeto, Guilherme Augusto Nanni.