O presidente estadual do PL, Marcelo Queiroga, criticou nesta segunda-feira (25), em entrevista à CBN João Pessoa, o que chamou de “vazamento” de contatos e mensagens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contidos em relatório da Polícia Federal (PF). Os dados mostram que o ex-presidente mantinha contatos frequentes com políticos da Paraíba.
De acordo com o relatório da Polícia Federal (PF), a apreensão do celular do ex-presidente revelou que ele utilizava listas de transmissão no WhatsApp para se comunicar diretamente com centenas de aliados políticos, incluindo lideranças paraibanas.
Em entrevista ao CBN João Pessoa, o ex-ministro da saúde disse que a descoberta “não é nenhuma novidade”. “O que nos causa perplexidade é o vazamento dessas informações, e isso sim deveria ser tratado com a seriedade que o país merece”, disse.
Queiroga disse que, desde quando era ministro da saúde, falava diretamente com Bolsonaro, no que chamou de “diálogo franco e permanente”. Segundo ele, os contatos permaneceram mesmo depois de ter deixado o governo. “Durante as eleições de 2024 [quando fui candidato a prefeito], ele me orientava em diversos aspectos”, informou.
Além de Queiroga, Bolsonaro mantinha contatos com outros políticos da Paraíba, incluindo o filho dele, Queiroguinha, os deputados federais Cabo Gilberto (PL) e Wellington Roberto (PL); o deputado estadual Wallber Virgolino (PL); o comunicador e ex-candidato a prefeito de Santa Rita Nilvan Ferreira (Republicanos) e o vereador pessoense Carlão Pelo Bem (PL).
Operação contra Bolsonaro
Bolsonaro foi alvo de uma operação da PF, em 04 de agosto, por supostamente ter descumprido medidas cautelares, como o uso de redes sociais. O ex-presidente está em prisão domiciliar e o celular dele foi apreendido.
De acordo com a PF, quatro listas foram identificadas no aparelho de Bolsonaro, reunindo quase 400 contatos. As mensagens enviadas por Bolsonaro incluíam convocações para atos políticos, links de transmissões ao vivo e vídeos de manifestações em diversas cidades do país.
O ministro Alexandre de Moraes determinou que a defesa de Bolsonaro apresente explicações sobre o uso do WhatsApp. O ministro quer saber se o ex-presidente desrespeitou a decisão judicial que o proíbe de usar as redes sociais.
A defesa de Bolsonaro nega irregularidades. Para os advogado do ex-presidente, o WhatsApp é um “aplicativo de troca de mensagens privadas” e não uma rede social. Portanto, na visão deles, não houve descumprimento das medidas cautelares.