Presidente do PT-PB diz que monitoramento policial contra Bolsonaro é excessivo e lembra Ditadura

Presidente estadual do PT, Jackson Macêdo. Felipe Nunes

O presidente estadual do PT, Jackson Macêdo, criticou nesta quarta-feira (27), a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determina o monitoramento de policiais na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O dirigente petista considerou excessiva a decisão e comparou o caso a práticas da Ditadura Militar.

Na avaliação de Jackson Macêdo, Bolsonaro já está sob custódia do Estado, com prisão domiciliar, e o monitoramento policial seria uma “intervenção” indevida contra o ex-presidente, com interferência na vida as pessoas que convivem com ele no local.

Mesmo considerando que há provas concretas que levarão à condenação de Bolsonaro, inclusive à prisão em regime fechado, p presidente do PT-PB afirmou que processo legal precisa ser respeitado, sem condenação antecipada. “Não tem o menor sentido que um preso, sob monitoramento eletrônico, tenha a intervenção de polícia em sua casa”, disse.

O presidente do PT comparou à decisão contra Bolsonaro a situações da época da Ditadura Militar em que, segundo ele, adversários do regime eram vigiados de perto. “Na época da Ditadura, as pessoas monitoravam os “inimigos” com polícia na frente da casa delas, então isso [que ocorre com Bolsonaro] não tem sentido”, disse.

Jackson Macêdo lembrou da Operação Lava-Jato e do Mensalão, que mirou integrantes do PT. Segundo ele, na época petistas também foram alvos de ações que teriam quebrado a normalidade jurídica. “O que eu não quero para meus companheiros, não quero para meus adversários.

“Isso [o monitoramento policial] mexe com a vida das pessoas, com os vizinhos, com a vida de gente que mora na casa dele e que não sofre nenhum tipo de sanção judicial. Se essa moda pega, isso não vai ter limite no Brasil”, pontuou.

Jackson Macêdo preside o PT na Paraíba desde 2017, quando foi eleito via Processo de Eleições Diretas. Ele será substituído, no mês de setembro, pela deputada estadual Cida Ramos, eleita no processo eleitoral interno do partido ocorrido em de Julho.

Decisão de Moraes

Ao determinar o monitoramento integral de Bolsonaro pela Polícia Penal do Distrito Federal, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que há risco de fuga, principalmente pela atuação do filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro, que atua a favor do pai fora do Brasil.

O ministro também citou a proximidade do julgamento do processo em que Jair Bolsonaro é réu por suposta tentativa de golpe de Estado. As sessões extraordinárias têm início na próxima semana, em 2 de setembro.