como estudar Estado Novo assistindo a Guerreiros do Sol

Como estudar Estado Novo assistindo a Guerreiros do Sol. Foto: Globo/Estevam Avellar.

Se você é vestibulando, está no foco para o Enem e quer aprender História sem boiar nos livros, a série Guerreiros do Sol é a melhor pedida pra essa maratona.

A trama mostra cangaço, política e a luta das mulheres, ajudando a entender o Estado Novo de um jeito visual e divertido.

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A série da Globoplay se passa entre a década 1930, no Sertão nordestino. A personagem Rosa é inspirada em Maria Bonita, e vive ao lado de Josué, inspirado no temido Lampião.

A série mostra cangaço, romance, vingança e política, e também debates sociais que conectam diretamente com o Estado Novo.

E para dar um refresh na sua memória: o Estado Novo foi o período ditatorial de Getúlio Vargas, entre 1937 e 1945, quando o presidente centralizou o poder e limitou liberdades políticas. A ideia da série não é focar na ditadura, mas dá pistas do contexto político e social que a antecedeu.

“Há todo um contexto histórico do voto feminino, e tem aquela parte da série com os flagelados da seca, que mostra como a política se aproveitava de situações difíceis”, explicou o professor de história Rafael Virgínio.

Ou seja, assistindo à série, você consegue ligar os acontecimentos do Sertão com transformações nacionais, como a urbanização, a centralização do poder e a luta por direitos. É História acontecendo na tela, sem precisar decorar datas chatinhas.

Cangaço e o impacto das mudanças políticas

No início da série, os cangaceiros agiam com certa liberdade. Mas com a chegada de Vargas, o Estado centralizado começa a interferir na vida de Lampião e seu grupo. Ferrovias e urbanização chegam às pequenas cidades, e o “modo cangaceiro de viver” começa a perder espaço.

Tem uma passagem da série que é exatamente na construção de uma ferrovia. Vai mostrando que o Josué vai tentar impedir a construção. O projeto político de país de Vargas era um projeto de crescimento industrial e não casava com a violência dos cangaceiros, porque o cangaço para existir ele priorizava das pequenas cidades, e com a urbanização, essas pequenas cidades elas começam a diminuir a população”, contou o professor,

Aliás, enquanto o Sertão muda, o Brasil passa por outra transformação: o movimento tenentista. Formado por militares que queriam moralizar o país, investir em educação e implementar o voto secreto.

Voto feminino e resistência social

Na série, a gente tem uma personagem girl power! Jane representa as mulheres que lutavam pelo voto feminino mesmo diante de violência e resistência social.

Historicamente, essa luta não é só drama da tela. O voto feminino foi consolidado em 1932, durante o governo Vargas, e entrou oficialmente na Constituição de 1934.

Ou seja, Jane não é só personagem: ela ajuda o estudante a visualizar como as mulheres precisaram enfrentar a sociedade e o poder político para conquistar seus direitos. Assistindo à série, dá pra ver na prática a resistência, os obstáculos e a importância dessa conquista.

Por fim, o professor ainda reforça que a série traz várias discussões históricas ao mesmo tempo: “Você tem a discussão sobre cangaço, coronelismo, voto de cabresto, violência no campo e religiosidade. Dá pra construir repertório e pensar criticamente sobre o Brasil”.

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