A instalação da chamada CPI dos Combustíveis na Câmara Municipal de João Pessoa, nesta terça-feira (9), foi marcada por um intenso bate-boca entre vereadores.
Criada para investigar suspeitas de formação de cartel nos postos de combustíveis da capital, a comissão começou seus trabalhos em meio a críticas à forma como foram definidos os cargos de comando.
O presidente da Câmara, Dinho Dowsley (PSD), anunciou que o vereador Raoni Mendes (DC) será o presidente da CPI, enquanto Tarcísio Jardim (PP) assumirá a relatoria.
A CPI contará, como membros, Mikika Leitão (Republicanos), Fábio Carneiro (SD), Jailma Carvalho (PSB), Fábio Lopes (PL) e Guguinha (PSD), que autor da proposta.
Líder da oposição se irrita com escolha
A decisão irritou o vereador Milanez Neto (MDB), líder da oposição, por ter ficado de fora da CPI. “Não vão calar a oposição. Existe Polícia Federal, Ministério Público Federal e estadual, e o mandato que represento nessa Casa continuará fazendo a CPI nos órgãos que me couber”, disse.
Milanez também questionou a escolha de Raoni para liderar a comissão, já que ele havia se posicionado contra a abertura do debate na Casa. “O que me estranha é que muitos que não queriam a instalação da CPI hoje estarem disputando tanta participação nela”, questionou Milanez.
Também criticaram a CPI ser presidida por Raoni os vereadores Fábio Carneiro (SD), Guguinha e Jailma Carvalho (PSB).
Segundo Dinho, a composição respeitou a proporcionalidade das indicações das bancadas, garantindo espaço tanto para governistas quanto para oposicionistas. “Não escolhi, respeitei a vontade da maioria”, ressaltando, ainda, que os insatisfeitos que judicializem o caso.
Próximos passos
Com a polêmica na largada, os próximos passos da CPI dos Combustíveis devem ser a definição de um cronograma e a convocação dos primeiros depoimentos para apurar as denúncias de cartelização.
A previsão é que os trabalhos sejam concluídos em 120 dias, podendo ser prorrogados por igual período.