Ruas, igrejas e praças históricas de Olinda, em Pernambuco, voltam nesta sexta-feira (12) a sediar o MIMO Festival após 7 anos, com uma programação multicultural e gratuita, que reúne nomes importantes da música instrumental do Brasil e do exterior, além de filmes e rodas de conversa com os artistas.
Ao todo, estão incluídas entre as atividades do evento 40 atrações, com shows, concertos, apresentações de DJs, exibição de filmes, fórum de ideias e aulas no programa educativo.
A programação completa pode ser conferida no site do festival.
Setor de serviços cresce 0,3% em julho, mostra IBGE
Ano de 2025 é quinto com maior área atingida por queimadas até agosto
A edição na cidade pernambucana segue até o domingo (14) e, em seguida, o MIMO Festival vai para São Paulo, onde acontece entre os dias 19 e 21 de setembro.
Programação musical
A abertura do festival, nesta sexta-feira, contará com o acordeonista francês Lionel Suarez, no Seminário de Olinda, às 19h, e com um concerto do músico Edu Lobo, na Igreja da Sé, considerada a maior igreja quinhentista do Brasil, às 20h. Apesar de ser do Rio de Janeiro, suas raízes são pernambucanas.
“Toda a minha origem é pernambucana e muito da minha música recebe essa influência, portanto, abrir um festival como o MIMO, entre os mais importantes do Brasil, e ainda mais em Olinda, só pode me deixar muito feliz”, comemora Edu Lobo.
O encerramento dessa primeira noite vai contar com o retorno aos palcos do grupo pernambucano Cordel do Fogo Encantado, em sua formação original. A apresentação está marcada para as 0h30.
Guarda-vidas buscam casal que desapareceu na Praia do Leme
PF deflagra nova fase de operação que apura fraudes no INSS
Integrante do grupo, Lirinha revela que eles se programaram para o retorno aos palcos neste semestre, a partir do festival, que proporcionará a oportunidade de se apresentar em praças tanto de Olinda quanto de São Paulo.
“Entendemos como uma boa mística de retorno de um novo espetáculo e de uma nova história do Cordel do Fogo Encantado. Nosso desejo e trabalho é para que o espetáculo Palavras para Colorir o Céu circule como turnê, mas nossa concentração é nesse retorno, que traz muitos símbolos especiais para o grupo, esse retorno em praça pública, no festival MIMO, nessas duas cidades muito importantes para a história da banda”, disse Lirinha.
No sábado (13), um dos destaques será o cubano Roberto Fonseca, multi-instrumentista considerado um dos maiores nomes do jazz atual na música da América Latina. Na mesma noite, o trio francês Delgrès, sob liderança do guitarrista e cantor Pascal Danaë, promete mostrar a contribuição da diáspora afro-caribenha ao blues.
O encerramento do festival, no domingo (14), será na Praça do Carmo, com o pianista pernambucano Amaro Freitas e seu hepteto. Antes dele, o mestre do bandolim Hamilton de Holanda também se apresenta com seu trio.
Rodas de conversa
Algumas das principais atrações musicais do festival também vão participar de rodas de conversa com o público, no Convento de São Francisco, às 16h, com mediação de Chris Fuscaldo.
Nesta sexta-feira, Juliana Linhares é a convidada para um bate-papo sobre o Nordeste reimaginado. No sábado, Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, conversa sobre a oralidade enquanto elemento de tradição, poesia e resistência no Nordeste. Já no domingo, o cubano Roberto Fonseca fala sobre sua carreira e as relações de seu país com o jazz.
Mostra de cinema
Além das apresentações, o público poderá conferir a exibição gratuita de filmes que abordam diversos aspectos da temática musical no Pátio da Igreja da Santa Sé e no Teatro Fernando Santa Cruz.
Nesta sexta-feira, a programação inclui O Som da Pele (Marcos Santos), No Rastro do Pé de Bode (Marcelo Ribeiro), Águas de Oxum (Milena Sá), Ser Carnaval (Mariana Carvalho) e O Homem do Fraque Verde (Petrolino Lorena)
No sábado, estão previstos Mborairape (Roney Freitas), Na Terra de Marlboro (Cavi Borges), Frevo Michiles (Helder Lopes), Black Rio Black Power (Emílio Domingos) e Sem Vergonha (Rafael Saar).
No domingo, a programação termina com As Cores do Frevo que Virá (Bernardo Valença), Razões Africanas (Jeferson Melo), Macaléia (Rejane Zilles) e As Dores do Mundo – Hyldon (Emílio Domingos e Felipe David Rodrigues).
Idealizadora e diretora artística do festival, Lu Araújo disse que a ideia de incluir o cinema na programação vem desde a primeira edição do festival e busca permitir que os artistas possam ser vistos por diferentes ângulos.
“Muitas vezes, a gente combina a questão do concerto, do show nos palcos, nas igrejas, com a vida e com a obra desse artista. Este ano, tem um componente muito especial, tem filmes muito recentes, produções que são cinebiografias e que contam histórias de artistas importantíssimos, muitos deles do frevo”, explica.
Do mesmo modo, Lu Araújo destaca que o Fórum de Ideias, que vai promover as rodas de conversas, é uma extensão dessa proposta de trazer uma visão mais ampla dos artistas.
“É uma forma das pessoas poderem também conhecer um pouco mais sobre as trajetórias, sobre o que pensam esses artistas que lideram trabalhos”, diz, acrescentando que “tudo é um complemento, mas está tudo rodando e circulando em função da música e dessa cidade linda que é Olinda”.
Parceria
Depois de ter levado nomes da música instrumental brasileira para o festival francês Jazz in Marciac, dessa vez é o MIMO quem traz músicos do país europeu para o Brasil.
Entre os principais nomes que representam a música contemporânea da França no festival, estarão a baterista Anne Paceo, os saxofonistas Samy Thiébault e Baptiste Herbin e o trompetista Nicolas Gardel.
“A França é um componente especial nessa edição, porque a gente tem essa parceria dentro da temporada cruzada Brasil-França. O Jazz Marciac, que é um festival muito importante, talvez um dos maiores do mundo, tem 47 edições realizadas, todos os grandes nomes da música do segmento do jazz e até de outros segmentos passaram por ele. Então, foi incrível para o MIMO constituir essa parceria, que, na verdade, é uma retomada”, destaca Lu Araújo.
“Trouxemos muitos artistas [da França] ao longo desses anos, artistas que estavam despontando em suas carreiras. O Jazz de Marciac é um parceiro importante, certamente isso faz com que o festival esse ano ganhe uma força grande e diferente”, afirma.
O encontro é promovido no âmbito da Temporada França-Brasil 2025, com realização da República Francesa, Institut Français, Instituto Guimarães Rosa, Ministério da Cultura, Ministério das Relações Exteriores.
O MIMO Festival é realizado pela produtora Lu Araújo Produções Artísticas e apresentado pela Petrobras, com patrocínio da Stone e apoio da Prefeitura de Olinda, do Complexo Industrial Portuário de Suape, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Suape) de Pernambuco e da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás).