Motta barra (corretamente) indicação de Eduardo Bolsonaro para liderança da Minoria
O presidente da Câmara dos Deputados, o paraibano Hugo Motta (Rep), barrou, corretamente, a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para assumir a liderança da Minoria.
Essa indicação foi uma manobra da legenda para tentar evitar a cassação do parlamentar. É que como Líder da Minoria as suas ausências seriam ‘desconsideradas’ e o filho do ex-presidente, que está no EUA, ficaria imune à perda de mandato.
No parecer, Motta apontou incompatibilidade regimental para o exercício da função. Entre os principais fundamentos estão:
• Eduardo Bolsonaro encontra-se fora do território nacional sem comunicação prévia à Presidência da Câmara, descumprindo regimento interno;
• O exercício da liderança exige presença física para funções como orientação de bancada em plenário, participação no Colégio de Líderes e atuação em comissões, atividades consideradas impossíveis de serem desempenhadas remotamente;
• A ausência não pode ser enquadrada como “missão autorizada”, já que não houve comunicação oficial nem autorização da Casa.
Em resumo, é a confirmação absurdo: Eduardo não pode ser deputado brasileiro morando nos EUA.
Semana passada, registramos essa loucura na CBN Paraíba e muitos bolsonaristas, de maneira agressiva (para variar), refutaram o comentário.
Fica, então, o registro: não importa se o parlamentar é de direita, de esquerda ou de centro; não importa o espectro político; o que não dá é esse tipo de atuação remota de um congresssita.
Se Hugo Motta permitisse esse absurdo, só ampliaria seus problemas diante da opinião pública.
E olha que não estamos nem falando do que o filho de Bolsonaro está fazendo nos EUA: conspiração aos interesses do Brasil. Esses motivos nem entraram no comentário.
Outro ponto: essa conversa de que ele está sendo perseguido e por isso foi para a terra de Trump é uma bela narrativa para bolhas alucinógenas dos extremistas.
Na realidade, é só um parlamentar que não quer enfretar na Justiça brasileira as consquências de seus atos.
Hugo acerta e precisa assumir as rédeas, sem sucumbir às pressões de interesses familiares e de grupos específicos. Escorregou semana passada e virou a cara dos “esquemas de Brasília”, de acordo com pesquisas, no ambiente digital.
Não faltam pautas de interesse público na Casa para ele retormar a liderança e fugir do abismo da decepção.
As pautas “tóxicas” como disse Motta, ontem (22) – é sempre bom lembrar – só entram no plenário, com aval dele.