Governo diz que própria administração da UEPB deve responder por ‘crise orçamentária’

Atividades presenciais na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) ficarão suspensas, no campus de Campina Grande até o dia 25 de abril.. (Foto: Divulgação)

O governo da Paraíba afirmou que a própria administração da UEPB deve responder pela “crise orçamentária”. A afirmação está em nota divulgada para responder a greve de professores deflagrada ontem (22).

Hoje, o governo informou ao Conversa Política que vai pagar cerca de R$ 31 milhões a mais do Orçamento da UEPB, em relação ao que foi aprovado, cerca de R$ 412 milhões.

Abaixo você confere uma tabela atualizada dos valores que estão sendo repassados.

A informação dos valores também estava na nota divulgada, ontem.

“Embora o duodécimo previsto na LOA de 2025 seja de R$ 411,6 milhões, os recursos destinados à UEPB totalizarão R$ 442,6 milhões até o final do ano, evidenciando o compromisso do Governo com o fortalecimento da educação pública superior.”

De acordo com o governo, a responsabilidade de contratar professores efetivos é da UEPB e não da gestão estadual, visto que, ao repassar o recurso e com autonomia garantida, é a própria administração que deve gerenciar, da melhor forma, os recursos.

“Quem tem que administrar o duodécimo é a comunidade universitária, através de seus representantes eleitos. Para isso existe a autonomia”, afimou uma fonte ouvida pelo blog.

Reitoria da UEPB

Em entrevista à CBN Paraíba, na manhã desta terça-feira (23), o chefe de Gabinete da UEPB, Luciano Albino, afirmou que o Orçamento previsto pela Universidade era de R$ 480 milhões. Previsão feita pelos técnicos da entidade.

Mas foi aprovado R$ 412 milhões. O valor deve chegar a R$ 442 mi até o fim do exercício.

De acordo com ele, a UEPB tem dialogado com governo na tentativa de melhorar o Orçamento.

Ele afirmou que 30% dos professores da UEPB, atualmente, são substitutos. Um número considerado alto, porém, segundo ele, a administração está fazendo consursos e empenhada em aumentar o número de efetivos.

Progressões

Luciano confirmou que há uma dívida do estado de cerca de R$ 70 milhões em progressões atrasadas. Mas que o repasse não está dentro do duodécimo e deve ser pago “por fora”. Por meio de um acordo com o governo.

“Hoje você tem os professores progredindo no prazo correto (…) o que há é uma dívida desse passivo que se acumulou atrás (…) Há aí uma questão extra orçamentária. O que a universiadade recebe hoje é impraticável a gente se compromter com pagamento disso. Necessariamente precisa de uma negociação com o estado (…) Isso foge do nosso fôlego, nosso escopo orçamentário”, afirmou.

Sobre as progressões funcionais que não teriam sido pagas em gestões anteriores, o governo atual disse:

“A entidade representativa da categoria optou por judicializar a questão, restando então ao Governo aguardar o veredicto da Justiça para cumprir a decisão”.

CONFIRA NESTE LINK A ENTREVISTA, NA ÍNTEGRA, DE LUCIANO ALVINO

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