O Parque Estadual do Rio Doce (Perd), um dos mais importantes remanescentes de Mata Atlântica de Minas Gerais, alcançou em 2025 um feito histórico. Pela primeira vez desde sua criação, a unidade ultrapassou a marca de 35 mil visitantes ainda no mês de outubro, superando o recorde anterior registrado no ano 2000, quando 32 mil pessoas conheceram o espaço. A expectativa é de que o número de visitações ultrapasse 40 mil até o fim do ano, consolidando o parque como um dos destinos mais procurados para ecoturismo e educação ambiental no estado.
A marca é resultado de uma gestão que tem priorizado não apenas a conservação da biodiversidade, mas também a integração da comunidade local e o fortalecimento da infraestrutura turística. O Perd, com seus 35.970 hectares, é considerado a maior área contínua de floresta tropical preservada em Minas Gerais, abrigando mais de 1.600 espécies de plantas catalogadas, centenas de aves, mamíferos ameaçados de extinção e os maiores lagos naturais do estado.
Nos últimos anos, iniciativas como a concessão de serviços de restaurante e lazer, passeios de barco, observação do pôr do sol, safáris noturnos e atividades guiadas por monitores ambientais ampliaram a atratividade do parque. Esses investimentos, aliados ao empenho dos servidores e parceiros, resultaram em uma experiência de visitação mais completa e acessível, unindo lazer, contato com a natureza e sensibilização para a conservação ambiental.
Para o gerente do parque, Vinícius Moreira, esse crescimento demonstra como o turismo sustentável pode caminhar junto com a preservação. “O turismo é uma ferramenta essencial para a conservação da biodiversidade. Ao receber visitantes, o parque aperfeiçoa estratégias de educação e sensibilização ambiental, formando cidadãos engajados e comprometidos com a preservação da Mata Atlântica. Essa é a chave para a conservação no século XXI: unir a proteção ambiental ao valor econômico sustentável, gerando empregos e renda para as comunidades do entorno, mas sempre com mínimo impacto à natureza”, frisou.
Projeção para os próximos anos
Se o ritmo de crescimento se mantiver, 2026 deve marcar uma nova etapa na história do Perd. A meta estabelecida pela gestão é alcançar 50 mil visitantes, colocando definitivamente a unidade de conservação na rota dos ecoturistas brasileiros. Para isso, estão previstas novas parcerias, a diversificação de serviços, programas de educação ambiental e a ampliação das atividades voltadas à vivência prática na floresta.
O Parque Estadual do Rio Doce não é apenas um destino turístico, mas também um espaço de preservação e pesquisa científica. Criado em 1944, é a primeira unidade de conservação de Minas Gerais e até hoje desempenha papel estratégico para a proteção de espécies ameaçadas, como o jaguarundi, a onça-parda e diversas aves endêmicas. Além disso, seus 40 lagos naturais, entre eles o Lago Dom Helvécio, atraem pesquisadores e visitantes pela beleza cênica e pela singularidade ecológica.
Para Vinícius, a superação de marcas de visitação também representa um reconhecimento do valor do parque. “O Parque Estadual do Rio Doce é uma joia rara que precisa ser valorizada e reconhecida. Nosso objetivo é sensibilizar cada visitante para a importância da floresta e fazer do parque um destino de ecoturismo essencial não só em Minas Gerais, mas em todo o Brasil”, ressaltou.
Conservação com participação comunitária
O aumento da visitação também está relacionado a um esforço contínuo da gestão em aproximar a comunidade local do Perd. Projetos de voluntariado, capacitação de guias e parcerias com escolas e universidades fortalecem o vínculo entre a sociedade e a unidade de conservação. Essa participação ativa garante não apenas a valorização da biodiversidade, mas também o desenvolvimento econômico sustentável do entorno.
Com o avanço das políticas de conservação, o crescimento da visitação e a ampliação dos serviços de lazer e turismo, o Parque Estadual do Rio Doce se firma como exemplo de como a preservação da natureza pode caminhar lado a lado com o desenvolvimento regional. O desafio agora é consolidar esse processo, garantindo que a floresta continue sendo um refúgio de biodiversidade e uma oportunidade de aprendizado e encantamento para as próximas gerações.