Agência Minas Gerais | Produtores rurais terão nova linha de crédito do BDMG para investir em práticas sustentáveis e acessar novos mercados
A inclusão de práticas sustentáveis de produção tem permitido o acesso a novos mercados e ganhos financeiros e de produtividade para os produtores rurais mineiros. Para atender à demanda do agronegócio e apoiar a implantação dessas aplicações, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) criou a linha de crédito BDMG Verde Agro.
A proposta é financiar a recuperação de pastagens, a agricultura 4.0, a aquisição de equipamentos e outras iniciativas que agregam valor e garantem certificações a quem produz. O lançamento faz parte dos debates de agenda climática e da preparação do Governo de Minas para a COP30.
Um dos diferenciais do novo financiamento, disponível para produtores rurais e cooperativas de produção, é o prazo de pagamento de até 12 anos, incluindo até 2 anos de carência, o mais longo do mercado. A condição atrativa tem taxas a partir de 1,4% ao ano + Selic.
Outra novidade é que a linha reúne uma gama ampla de projetos de investimento e de equipamentos. Entre os itens financiáveis estão tecnologias para o monitoramento climático, controle de pragas e redução de desperdícios; manejo regenerativo do solo; implantação de biofábricas; agricultura de baixo carbono com a integração lavoura-pecuária-floresta; sistemas de geração e distribuição de energia limpa para consumo próprio, como a de biomassa, entre outros.
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“O BDMG Verde Agro é um marco na transformação do agronegócio mineiro. Ao incentivar práticas sustentáveis e tecnologias de ponta, estamos ajudando o produtor rural a crescer de forma inovadora e consciente. Minas mostra, mais uma vez, que é possível produzir mais, gerar oportunidades e proteger o meio ambiente ao mesmo tempo”, destaca o secretário de Estado Adjunto de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), Frederico Amaral.
Crescimento sustentável
O BDMG já conta com outras linhas para financiar iniciativas sustentáveis no agro, como o Renovagro no Plano Safra. Agora, além de expandir os itens financiáveis, cria um novo produto mais flexível.
Um dos clientes é o Grupo Gran Milho, cuja produção sustentável representou novos mercados e crescimento no faturamento. A soja, milho, sorgo, laranja, batata, feijão e trigo cultivados nas cidades de Ibiá e Araxá, no Alto Paranaíba, são comercializados com os maiores exportadores do agronegócio do país.
O sócio-diretor Antônio Castro conta que, com apoio do BDMG, o Grupo Gran Milho protegeu nascentes que aumentaram o volume de água e expandiram a produtividade.
BDMG / Divulgação
A partir do crédito do BDMG, o grupo investiu em recuperação de pastagens e proteção de encostas e de nascentes, o que resultou em um volume maior de água nas fazendas, além de um produto com maior valor agregado.
“A nossa visão é de produzir com sustentabilidade e inovação. Dessa forma, aumentamos a produção e conseguimos certificações que nos credenciam para atender as grandes trends do agro. O nosso crescimento repercute em mais empregos e oportunidades em toda região”, afirma o sócio-diretor Antônio Castro.
Os negócios da Gran Milho incluem, ainda, pecuária de alta performance e armazenamento e comercialização de grãos. Segundo Castro, a agricultura regenerativa permite ao grupo acessar crédito com taxas reduzidas, como no caso do BDMG, que tem condições diferenciadas para projetos sustentáveis.
Os sócios da Agropecuária Canabarro também colhem os resultados positivos da adoção de práticas sustentáveis. A produção de soja, milho e cana de açúcar cresceu 10% com o uso de defensivos biológicos e a proteção de reservas legais nas propriedades em Frutal, Uberaba, Monte Alegre de Minas e Comendador Gomes, no Triângulo Mineiro.
Com mais de 40 anos de mercado, o plano da empresa é crescer a partir do ganho de produtividade e não de aumento da área plantada. Projetos que contam com o crédito do BDMG, segundo o sócio Mauri Alves.
“Criamos uma On Farm para fabricar nossos bioinsumos. Atualmente, precisamos fazer poucos ajustes depois de plantarmos, porque o solo é mais saudável e produtivo”, afirma Alves. A produção anual chega a 800 mil toneladas de cana de açúcar, 300 mil sacas de soja e 150 mil sacas de milho.