Sorocaba sedia o 7º Fórum de Educação para as Relações Étnico-Raciais – Agência de Notícias



2 de dezembro de 2025

16:45

Por: Rose Campos

Fotos: Rose Campos/Secom

A Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria da Educação (Sedu), em parceria com a Comissão de Trabalho Mista (CTM), sediou a 7ª edição do “Fórum de Educação para as Relações Étnico-Raciais”, neste ano, destacando o tema “Reconhecimento, justiça e desenvolvimento: subsídios para a efetiva implementação da Educação para as relações étnico-raciais”.

A abertura do fórum aconteceu na manhã da última segunda-feira (24), no Teatro Municipal “Teotônio Vilela”, no Alto da Boa Vista, e foi aberta a profissionais da Educação e a todo o público interessado. As atividades tiveram prosseguimento no Auditório da Universidade Paulista (Unip), na quinta-feira (27), com a participação de profissionais da rede de ensino municipal.

O Fórum foi realizado em homenagem ao Professor Ademir de Barros e a programação deste ano incluiu a palestra da Prof.ª Drª Bárbara Carine, além de apresentações culturais, como a da Cia. Tempo de Brincar e de um integrante da Banda Karminda.

Bárbara Carine, que é escritora, palestrante e professora efetiva na Universidade Federal da Bahia (UFBA), é graduada em Filosofia e Química, além de ter metrado e doutorado em ensino de Química. Entre os livros de sua autoria, está “Como ser um educador antirracista”, vencedor do Prêmio Jabuti 2024, na área da Educação, permanecendo no topo da lista de mais vendidos, neste segmento. Em sua fala, a palestrante destacou a pertinência de uma máxima, que já vem sendo disseminada em nossa sociedade: “Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”, ela declarou. E, no decorrer de sua fala, exemplificou várias situações cotidianas nas quais é essencial intervir com veemência e assertividade, a fim de evitar que comportamentos racistas se interponham no comportamento de crianças e adultos nas escolas, pois, aos poucos, as pessoas vão ampliando a visão e identificando melhor sempre que uma atitude discriminatória acontece.

Esse evento vem se mostrando essencial para embasar educadores e gestores da rede municipal de ensino no firme combate à discriminação, desde os primeiros anos do ensino”, ressaltou o secretário da Educação, Fernando Marques.

A implementação efetiva da Educação para as Relações Étnico-Raciais depende de ações concretas, formação continuada e da escuta atenta das escolas. Este fórum fortalece nossa prática cotidiana, pois amplia repertórios, sensibiliza profissionais e reafirma que a educação antirracista não é uma ação pontual, mas um princípio que orienta nossas decisões pedagógicas e institucionais”, reforçou a coordenadora administrativa da Sedu, Izaura Mendes.

O evento foi conduzido pelos professores Paula Regina Lourenço e Manoel Francisco Filho, como cerimonialistas, contando também com a participação do orador José Marcos Oliveira. Na segunda etapa do evento, na Unip, houve apresentação do vídeo “Abayomi’n saberes e sabores ancestrais”, e na realização da mesa de debates “Dialogando sobre o FRE e a ERER – finalidade de possibilidades”, contou com a mediação da Prof.ª Drª Rosana O. Rocha e dos debatedores Prof. Dr. Diogo Bandeira de Souza, Prof.ª Rosemary Conceição Santos e Prof.ª Karoline Dycássia de C. Martins André. Destaque também para o compartilhamento das práticas das instituições de ensino da rede municipal e as apresentações culturais, no segundo dia de debates, do Amarelinha Africana Dance, de Tatuí, e do conjunto Elas no Samba.

Com toda certeza, este evento foi um marco para a Educação Pública, para a Rede Municipal de Ensino e para a cidade de Sorocaba. E alguns recortes da potente fala da Prof.ª Dra. Bárbara Carine me impactaram muito e ainda reverberam. Tais como: ‘Precisamos potencializar o humano e (…) nada é mais importante que a formação humana’ e ‘Para qual sonho a escola educa? Precisamos educar para a formação humana e educar para a potência de si e para a potência do outro’ ou ainda, ‘Que possamos nos reeducar, para que consigamos res-significar as relações étnico-raciais, onde tenhamos de fato a almejada justiça racial’”, ressalta o coordenador da CTM, Odirlei Botelho.

Sobre a experiência de ajudar a organizar e participar do evento, ele ainda conclui: “Foi um dia marcado por reflexões e compartilhamentos de ações concretas, que possibilitam o fortalecimento da identidade da pessoa negra”.