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Em diálogo com a comunidade Tia Eva, Governo garante obras que valorizam fé e tradições quilombolas

Mais do que apresentar um projeto e cronograma de execução de obra, a reunião entre a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) e a Comunidade Quilombola Eva Maria de Jesus – Tia Eva, em Campo Grande, foi um exercício de escuta, respeito e construção conjunta. Em cada detalhe do encontro, ficou claro que a execução da obra que vai restaurar a Igreja de São Benedito e requalificar todo o entorno nasce com um compromisso: preservar a história sem interromper a vida e a rotina da comunidade.

Responsável pela execução do projeto, a Agesul detalhou prazos, etapas e a forma como os trabalhos serão conduzidos, reforçando a importância da aproximação com os moradores para que a obra flua em harmonia com o cotidiano, a fé e as celebrações tradicionais da comunidade.

Durante a apresentação técnica, conduzida pelo gerente de Projetos e Orçamentos Civis (GEPOC), Adanilto Faustino de Souza Junior, foi explicado à comunidade e aos demais presentes que o projeto — doado pela Prefeitura de Campo Grande e já licitado pela Agesul — prevê o restauro arquitetônico da Igreja de São Benedito, a conservação de bens artísticos históricos, como o sino, o busto de Tia Eva e o Cruzeiro de madeira, além da requalificação completa do espaço comunitário.

A obra conta com investimento de R$ 2,213 milhões, realizada em parceria com a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS). O início dos trabalhos  está previsto para 13 de janeiro de 2025, com prazo de execução de 540 dias. Mais do que números e prazos, o cronograma foi cuidadosamente pensado pela Agesul para respeitar o calendário cultural e o dia a dia da comunidade.

Igreja de São Benedito na Comunidade Tia Eva

Um dos principais pontos considerados no planejamento é a Festa de São Benedito, celebrada todos os anos no mês de maio e considerada o coração espiritual e cultural da Tia Eva. Segundo a Agesul, as intervenções no salão comunitário — espaço onde acontecem as festividades — foram planejadas de forma que não atrapalhem a realização da festa no próximo ano, garantindo que a comunidade continue utilizando o local enquanto as obras avançam.

Outro marco importante é o centenário da Comunidade Tia Eva, celebrado em novembro. O Governo do Estado trabalha para que a Igreja de São Benedito esteja restaurada e entregue até essa data, permitindo que a comemoração aconteça em um espaço seguro, preservado e digno da história que representa.

O projeto vai além da restauração da igreja. O barracão de eventos será completamente reformulado, com nova cozinha, área de churrasqueira, espaço para bar, área de serviços, palco, reforma dos banheiros e adequação às normas de acessibilidade e de prevenção contra incêndio e pânico (PSCIP).

Melhorias vão valorizar a história da comunidade

A revitalização também prevê a implantação de um espaço educacional para a comunidade, depósito de material de limpeza, banheiro acessível e um Centro de Atendimento ao Turista (CAT), fortalecendo o turismo cultural e a geração de oportunidades. Áreas verdes, uma praça de convivência e melhorias urbanísticas vão integrar o espaço, respeitando inclusive o acesso dos moradores que residem ao fundo do terreno da comunidade, com a melhoria do trecho que leva as residências.

“Essa obra não é apenas sobre levantar paredes ou concreto e restauro. Trata-se de pertencimento, de preservar memórias e garantir que a história se perpetue no futuro”, comentou o gerente de Projetos da Agesul, Adanilto Junior.

Para o secretário da Seilog, Guilherme Alcântara, a atuação do Governo do Estado, por meio da Agesul, reforça a diretriz defendida pelo governador Eduardo Riedel. “Nosso governador sempre diz que desenvolvimento só faz sentido quando caminha junto com respeito às pessoas, às identidades e às histórias que formam Mato Grosso do Sul. É isso que estamos trazendo quando falamos da execução deste projeto, com um cronograma e uma fiscalização totalmente alinhados com a comunidade”, destacou.

“Na Tia Eva, cada tijolo será colocado com cuidado. Porque ali, mais do que um patrimônio físico, o que se preserva é a alma de uma comunidade inteira”, completou o secretário.

Luciana Bomfim, Comunicação Seilog/Agesul 
Fotos: Chico Ribeiro

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