saiba como uso equilibrado pode ajudar no aprendizado
A inteligência artificial (IA) é um recurso que tem se tornado cada vez mais presente em aplicativos de idiomas, plataformas de tutoria personalizada e outras ferramentas de aprendizado. No entanto, apesar da grande adesão de estudantes, a expansão da inteligência artificial em sala de aula ainda enfrenta desafios.
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De acordo com o Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), projetos pilotos de ferramentas que usam a inteligência artificial demonstram resultados promissores, com tutores de IA atingindo até 88% de precisão no conteúdo. No entanto, estudos alertam para o uso excessivo dessa tecnologia na educação, pois estudantes que já dominam o assunto apresentado conseguem identificar erros cometidos por IA ao ensinar operações matemáticas, por exemplo.
Inteligência artificial como complemento do aprendizado
Gabriel Gomes de Oliveira, membro do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia, ressalta a necessidade de equilíbrio no uso de inteligência artificial e destaca que a IA deve ser usada como um complemento para o aprendizado, não substituto.
Segundo ele, os desafios enfrentados atualmente, como a redução do pensamento crítico, são semelhantes à educação digital pré-pandemia, que trabalhava com o uso de inteligência artificial generativa.
“Esse [equilíbrio] é o grande desafio. As semelhanças incluem a dependência excessiva da tecnologia e o declínio das habilidades de pensamento crítico; as diferenças residem no fato de a IA ser um complemento, e não um substituto, e na personalização da aprendizagem, aliada à integração dos professores”, pondera o professor.
Uso de inteligência artificial em sala de aula
Aluno do curso técnico integrado em informática do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Samuel Ribeiro, de 15 anos, conta que o uso de inteligência artificial em sala de aula é incentivado pelos professores de forma guiada.
“Alguns professores incentivam essa tecnologia nos indicando sites e ferramentas mais confiáveis, ou até mesmo nos informando como deve ser o nosso uso da IA, para que ela sirva como ferramenta de auxílio e não se torne uma dependência compulsiva”, explica Samuel.
O jovem conta que a ferramenta da inteligência artificial também serve para auxiliar em projetos de pesquisa desenvolvidos pelos estudantes, que buscam encontrar novos meios de inovação em que a IA pode ser aplicada dentro do âmbito acadêmico.
“Em certos projetos de pesquisa somos instruídos sobre algumas das funções da IA que podemos usar. Também há uma grande pesquisa por parte dos alunos acerca de novas ferramentas de IA para funções acadêmicas específicas”, conta.
Do ponto de vista do estudante de informática, o uso de inteligência artificial contribui de forma positiva para a formação dentro do curso, mas é preciso ter consciência e responsabilidade ao utilizá-la, para que o pensamento crítico do aluno não seja substituído pela tecnologia.
“Em um contexto geral, sim, a IA contribui muito para a nossa formação acadêmica, visto que ela pode ter uma grande base de dados e, a depender de qual usamos, nos ajudar de diversas formas, automatizando o processo de aprendizado”, disse o estudante de informática. “Depende muito dos alunos e do seu uso da IA. Nesse caso, cabe ao aluno a responsabilidade de utilizá-la”, concluiu Samuel.