Lívia Ventura entra para a história do Handebol ao conquistar sua décima Liga Nacional
Pinheirense se torna a maior vencedora da competição e marca seu nome na modalidade
A pinheirense Lívia Ventura escreveu seu nome na história do Pinheiros e do Handebol brasileiro ao conquistar pela décima vez a Liga Nacional – principal competição do País. Com o feito, a atleta é a maior vencedora do torneio e uma das maiores referências da modalidade.
São 10 títulos conquistados, sendo quatro pelo Pinheiros (2022, 2023, 2024 e 2025) e seis pela Metodista/São Bernardo (2006, 2007, 2008, 2009, 2014 e 2015). Cada taça traz histórias emocionantes de superação e dedicação. Para Lívia, o último título foi o mais importante. “Eu sempre falo que o título mais marcante é o último. Com certeza a taça de 2025 foi o mais marcante, pois foi o meu objetivo do ano e ele foi conquistado. Cada título foi um capítulo da minha história e dentro deles são anos dedicados ao handebol com pessoas e histórias diferentes”. E o convívio com o elenco se torna uma família. “A gente passa os nossos dias mais próximos com os nossos companheiros de trabalho e eles se tornam a nossa família”, completa.
Síndrome de Burnout em 2016 e Legado para a filha
No final de 2015, além de jogar, a pinheirense também trabalhava em uma agência de marketing esportivo na área de departamento de eventos. A dupla jornada foi intensa e Lívia foi diagnosticada com Síndrome de Burnout. “Em 2016, eu fiquei 10 dias internada, era pré-final de Liga Nacional. Eu não estava na minha melhor performance e após esse jogo, eu falei para mim mesma que era para encerrar a carreira. Depois de tudo isso, nasceu a minha filha, a Maria Eduarda – a Madu. Nesse período, eu recebi uma ligação do Ricardo Bochicchio, gestor da equipe da UNIP/São Bernardo me convidando para voltar a jogar, falando que a minha história no handebol não tinha acabado. “Ele estava certo, a minha carreira não havia acabado, eu voltei, logo depois veio a pandemia, tive que mudar a minha vida e a da minha família indo joga em Portugal e fui convocada para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021”.
Lívia também ressalta qual é o legado que passa para a sua pequena. “Passo para a Madu que o esporte sempre foi uma parte essencial da minha vida. Mesmo com todas as viagens, ausências e momentos familiares que perdi ao longo do caminho, o handebol me trouxe muito mais do que deixei para trás. Ele é a minha válvula de escape, meu equilíbrio e também a minha profissão. Como atleta profissional, preciso estar constantemente fora da zona de conforto e isso faz parte do meu compromisso com o que escolhi viver. Quero mostrar para a Madu que é possível, sim, ser mulher, ser atleta e conciliar a maternidade com a carreira. Esse é o legado que deixo para ela: que eu amo o que faço e faço com dedicação e comprometimento. E o maior retorno de tudo isso é olhar para a arquibancada e vê-la ali, no ginásio, me assistindo e torcendo”, explica a pinheirense.
Seleção Pinheiros e Metodista/São Bernardo
A pivô do Pinheiros elegeu a sua seleção jogando pelo Pinheiros e pela Metodista. Confira:
Pinheiros
Barbarah Bella – ponta esquerda;
Lorenna Loyane – lateral esquerda;
Bidy – centro;
Micaela – lateral direita;
Duda – ponta direita;
Lívia Ventura – pivô;
Jessica Oliveira – goleira;
Maurício Antonucci – técnico.
Metodista/São Bernardo
Fernanda da Silva – ponta esquerda;
Tayra Rodrigues – lateral esquerda;
Patrícia Matieli – centro;
Barbara Buratto – lateral direita;
Célia Costa – ponta direita;
Lívia Ventura – pivô;
Bárbara Arenhart – goleira;
Eduardo Carloni – técnico.
Entre títulos, abraços e lágrimas, a conquista da décima Liga Nacional simboliza mais do que vitória para a pinheirense. É o resultado de uma caminhada que inspira novas gerações e reforça a força do handebol feminino no Pinheiros e no Brasil. “Cada campeonato tem uma história, a gente vai construindo uma narrativa de acordo com a competição e adversários”, finaliza.
